Filosofia da Arte

Por

Jénerson Alves*

Em 10.06.2022

Nem toda leitura é feita somente com o intelecto. Há aquelas que falam também ao nosso espírito. Assim foi com a leitura de ‘Filosofia da Arte – a metafísica da verdade revelada na estética da beleza’ (Ed. Martin Claret, 2011). Escrita pelo filósofo e professor brasileiro Huberto Rohden, a obra é um verdadeiro curso acerca da arte como integrante da Filosofia Univérsica. Para o autor, na filosofia e na arte aparecem o uno e o múltiplo, que são componentes do Universo (isto é, o Uno Infinito derramado nos múltiplos Finitos).

Desta feita, a verdadeira arte – a qual é genial e “creativa” – não provém do finito, mas do Infinito, do Logos. Rhoden cita Albert Einstein (com quem chegou a conviver nos Estados Unidos), que disse: “Do mundo dos fatos não conduz nenhum caminho para o mundo dos valores”. Seguindo esta concepção, o filósofo-artista enxerga o Todo Invisível nas Partes visíveis e, ao executar sua arte, exprimir o Abstrato de forma Concreta.

A Fonte dessa Arte não está no caos da humanidade, mas no Silêncio da plenitude. É este o “quarto” onde o Senhor Jesus nos ensina a entrar para orar ao Pai. Da mística vem a ética e a estética. Dessarte, o artista não é simplesmente alguém que executa uma atividade, mas um ser que possui uma consciência cósmica, integrada com o Verbo Eterno.

Essa é uma concepção oposta ao que permeia a maior parte do sistema hodierno, em que o mercado dita as ‘produções’. Talvez por isso muito do que hoje se chama de arte não passa de ruído. Em tal contexto, as palavras de Rohden são desafiadoras (e esperançosas): “A Universidade do Silêncio Auscultativo convida a nova geração de artistas a haurir da Fonte Cósmica da Verdade e inundar o mundo de Beleza…”.

*Jénerson Alves é jornalista e membro da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel. Escreve às sextas-feiras.  

Imagem: Divulgação