Líderes mundiais pedem um novo tratado internacional em resposta a pandemias
OMS
Em 30.03.2021
Chefes de Estado e Governo juntaram-se ao diretor-geral da OMS na convocação de um tratado internacional para melhorar a preparação e a resposta à crise global de Covid-19 e outras futuras pandemias; Portugal firmou tratado.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, saudou a iniciativa apoiada por vários lideres mundiais* para criar um tratado internacional em resposta a pandemia.
O objetivo é promover uma forma abrangente de fortalecer sistemas nacionais de saúde, estruturas regionais e globais além de fomentar a resiliência na resposta a futuras crises.
Portugal
A proposta foi feita num artigo conjunto, publicado nesta terça-feira, por pelo menos 26 líderes internacionais incluindo o primeiro-ministro de Portugal, António Costa. o presidente de Ruanda, Paul Kagame, e a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel.
Em entrevista a jornalistas, na sede da OMS, o diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, afirmou que a proposta do tratado é atacar sistematicamente as lacunas expostas pela Covid-19.
Para ele a pandemia trouxe à tona o que há de melhor e de pior na humanidade como desigualdades nas sociedades e confiança reduzida em instituições públicas. Ele destacou a coragem de profissionais de saúde e comunidades em todo o mundo.
Resiliência
O tratado também ajudaria a criar resiliência a pandemias e outras emergências de saúde globais, com sistemas de preparação nacionais e globais robustos, garantindo o acesso oportuno e equitativo a vacinas. Além de apoiar o financiamento sustentável e a capacidade de prevenção, detecção e resposta a surtos; e promover a confiança mútua.
Tedros também disse que, em última instância, os países decidirão que a preparação para uma pandemia precisa de liderança global para um sistema de saúde global adequado à realidade deste milênio.
O trabalho para implementar e promover um tratado ajudará a criar um compromisso político, financeiro e sustentável ao longo de décadas.
Origens da Covid-19
Ainda nesta terça-feira, a OMS divulgou um relatório de uma equipe de cientistas internacionais, que foram à cidade de Wuhan, na China, para apurar a origem do vírus Covid-19, e como ele se espalhou entre os humanos.
Tedros disse que o trabalho da missão é um bom início, mas longe de ser conclusivo, pois a fonte do vírus ainda não foi encontrada.
Para esse estudo uma equipe de 34 membros, visitou de Wuhan, em janeiro, onde os primeiros casos do então novo coronavírus forma detectados no final de 2019.
O chefe da OMS observou que, embora muitos dados tenham sido fornecidos, para entender completamente os primeiros casos eles ainda precisariam ter acesso das autoridades chinesas aos dados, incluindo amostras biológicas de pelo menos setembro de 2019.
Mercado de animais
A equipe confirmou que houve contaminação generalizada no grande mercado aberto de vendas de animais de Wuhan, mas não conseguiu determinar a origem. Tedros afirmou que mais estudos seriam necessários para identificar qual papel animais selvagens de criação podem ter desempenhado na introdução do vírus nos mercados.
Além disso, os estudos também consideraram a possibilidade de que a propagação do vírus tivesse sido resultado de um acidente de laboratório, uma hipótese menos provável, segundo a equipe.
Tedros concluiu que encontrar a origem de um vírus leva tempo mas ajuda a tomar medidas coletivas para reduzir o risco de isso acontecer novamente.
*Ao lado do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, os líderes que assinaram até agora representam Albânia, Chile, Costa Rica, o Conselho Europeu, Fiji, França, Alemanha, Grécia, Indonésia, Itália, Quênia, Holanda, Noruega, Portugal, a República da Coréia, Romênia, Ruanda, Senegal, Sérvia, África do Sul, Espanha, Tailândia, Trinidad e Tobago, Tunísia, Reino Unido e Ucrânia.
Foto destaque: Unicef/Frank Dejongh –