Fúria

Por

José Ambrósio dos Santos*

Em 07.02.2024

Gritos de euforia ecoam dos Aflitos, da Toca dos Leões e do Ninho das Cobras.

Gol.

Apito final.

Marchas organizadas e, logo, correrias em zigue-zague.

Urros, saliva e ranger de dentes de lá e de cá.

Pancadaria.

Chuva de pau e pedra; brilho cortante de navalha e canivete.

Homens fardados desnorteados.

Plateias paralisadas, sem saída.

Som de bala, perdida ou de mira.

Gritos dilacerantes de dor e horror.

Gente estendida no chão, dentro ou fora das arenas.

Um vermelho cor de sangue a tingir o asfalto.

Insanas gargalhadas.

Choro de mães desesperadas.

Despedidas ‘antecipadas’.

Luto.

Tabela da FPF a indicar novos ‘duelos’.

Domingo, quarta, sábado.

Hordas a palitar caninos e a contar os dias, as horas, os minutos.

*José Ambrósio dos Santos é jornalista e integrante da Academia Cabense de Letras.

Imagem: Internet