Criança e Adolescente, Direitos Humanos, Mundo

Afeganistão inicia novo ano letivo com quase 400 mil alunas fora da escola

ONU News

Em 26.03.2025

Unicef alerta para proibição, pelo terceiro ano consecutivo, de educação secundária para meninas desde o decreto do Talebã; se situação não mudar, até 2030, 4 milhões de afegãs serão privadas de seu direito à educação primária.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, emitiu um comunicado lembrando que 2,2 milhões de meninas estão fora da escola no Afeganistão. O motivo?  A proibição de acesso à educação para elas imposta pelos integrantes do Talebã, que é a autoridade de facto no país.

Somente neste período letivo, quase 400 mil alunas ficarão de fora das salas de aula pelo terceiro ano consecutivo.

País sai prejudicado

A agência da ONU lembra que se isso não mudar, em 2030, o número de meninas sem nunca ter ido ao colégio subirá para 4 milhões.

A diretora-executiva do Unicef, Catherine Russell, afirma que a decisão prejudica o futuro do próprio país.

Além de ser uma catástrofe para as meninas afegãs, esse é um passo que terá efeitos também para o sistema de saúde, a economia e outros temas de interesse do governo e do Estado.

Meninas que não vão ao colégio também correm risco mais alto de casamentos precoces e infantil com repercussões negativas sobre o bem-estar e saúde delas.

 Suhaila, uma menina refugiada do Afeganistão que está estudando no Quirguistão
Acnur – Suhaila, uma menina refugiada do Afeganistão que está estudando no Quirguistão

Unicef apela para retorno imediato à sala de aula

Menos mulheres na força de trabalho afegã pode colocar vidas sob risco. Com menos médicas, enfermeiras e parteiras, as mulheres e as meninas do país não poderão receber tratamento e apoio.

Segundo o Unicef, um adicional de 1,6 mil mortes maternas e mais de 3,5 mil óbitos de recém-nascidos podem ocorrer por isso.

Russell lembra que por mais de três anos, os direitos das meninas no Afeganistão estão sendo violados. Ela apelou para o retorno imediato de todas as meninas à escola e disse que o Afeganistão não pode esquecer de metade de sua população de dessa forma.

Educação é direito universal e fundamental

A chefe da agência disse que o Unicef continuará defendendo os direitos de cada menina de ter acesso à educação e pedindo às autoridades afegãs que suspendam essa proibição imediatamente.

Catherine Russell ressalta que a educação não é somente um direito fundamental, mas uma via para uma sociedade mais saudável, próspera e estável.

Imagem destaque: UNICEF/Mark Naftalin – No Afeganistão, apenas meninas em idade pré-escolar podem frequentar a escola

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