Maratonista eritreu fecha participação do time de refugiados em Tóquio 2020
ONU News*
Em 07.08.2021
Acnur realça resiliência e visão positiva do atleta, após obstáculos físicos e mentais; karatecas da Síria e Iraque entre últimas participações da Equipe Olímpica de Refugiados, que estreou na Rio 2016.
A participação do refugiado Tachlowini Gabriyesos em maratona encerra este sábado a presença do time de refugiados nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. *
O eritreu, de 23 anos, foi um dos porta-bandeiras da Equipe Olímpica de Refugiados, com a nadadora síria Yusra Mardini.
Rio 2016
A lista de 29 integrantes foi compilada pelo Comitê Olímpico Internacional apoiado pela Agência da ONU para Refugiados, Acnur. A primeira delegação deste tipo competiu nos Jogos Olímpicos Rio 2016, no Brasil.
As mais recentes apresentações da delegação aconteceram desde a quinta-feira com o karateca sírio Wael Shueb. Na mesma modalidade, o iraniano Hamoon Derafshipour esteve a um passo de se classificar para as semifinais da categoria de kumite masculino, ao competir no grupo de menos de 67 quilos.
Agora com as esperanças dos refugiados voltadas para a performance de Tachlowini Gabriyesos, o Acnur ressalta que o jovem atleta “nunca abandonou a paixão pela corrida”, desde que deixou a Eritreia com 12 anos.
Resistência
As jornadas por grandes distâncias começaram quando ele foi forçado a deixar seu país de origem devido aos conflitos. Tachlowini percorreu os desertos entre o Sudão e o Egito, a pé, até chegar a Israel onde treina diariamente em Tel Aviv.
A agência destaca o corredor de médias e longas distâncias pela “resiliência, ao ter enfrentado diversos obstáculos com resistência física, força mental e uma visão positiva”.
Em 2019, ele foi um dos seis escolhidos para a Equipe de Refugiados no Campeonato Mundial de Atletismo de Doha 2019. Numa escala em Istambul, Tachlowini perdeu a oportunidade de competir, após ter ficado num aeroporto da cidade turca durante 27 horas por problemas com o visto.
Crise global
No ano seguinte, Tachlowini foi mais uma vez impedido de viajar para a Polônia para participar da meia-maratona mundial em Gdynia.
Em 2021, o total de 29 atletas fez parte da Equipe Olímpica de Refugiados. Ela foi criada para destacar a crise global de pessoas buscando abrigo. A ONU estima haver 82,4 milhões de cidadãos forçados a se deslocar em todo o mundo.
*Com informações do Acnur.
Foto destaque: 2021 – COI/Yuichi Yamazaki – Equipe Olímpica de Refugiados foi criada para destacar crise global de pessoas buscando abrigo