Ação Feminina, Mundo

Evento na Assembleia Geral da ONU reforça luta inabalável das mulheres por igualdade

ONU News

Em 08.03.2025

Celebração antecipada do Dia Internacional da Mulher contou com participação do secretário-geral; ele afirmou que direitos femininos estão sob ataque em todos os cantos de mundo e reiterou compromissos da organização com equidade; bailarina brasileira Ingrid Silva ressaltou combate ao preconceito e valorização da diversidade. 

A Assembleia Geral da ONU realizou um evento de comemoração do Dia Internacional da Mulher, em antecipação à data que é celebrada neste 8 de março.

O secretário-geral afirmou que o evento deve servir de impulso para uma busca “resiliente, unida e inabalável” pela igualdade, desenvolvimento e paz para todas as mulheres, em todos os lugares.

Mulheres em Cox's Bazar, Bangladesh, protestam contra a violência baseada em gênero (arquivo)
ONU Mulheres/Sultan Mahmud Mukut – Mulheres em Cox’s Bazar, Bangladesh, protestam contra a violência baseada em gênero (arquivo)

Direitos sob ataque

António Guterres ressaltou que desde a histórica Declaração de Pequim, que completa 30 anos, as mulheres “quebraram barreiras e remodelaram sociedades”.

Ele alertou que as conquistas, embora muito valiosas, permanecem “frágeis e insuficientes” e que os direitos das mulheres “estão sob ataque em todos os cantos do mundo”.

O líder da ONU apontou com preocupação o fato de que 612 milhões de mulheres e meninas vivem à sombra de conflitos armados, onde os seus direitos são muitas vezes considerados “dispensáveis”.

Menos de dois terços das mulheres em todo o mundo participam no mercado de trabalho, e aquelas que o fazem ganham muito menos que os homens.

Chamado à ação

Para Guterres, séculos de discriminação são exacerbados por novas ameaças, como ferramentas digitais que frequentemente silenciam as vozes das mulheres, amplificam preconceitos e alimentam o assédio.

Ele anunciou o compromisso da organização com um chamado à ação com quatro prioridades. A primeira define que todos as lideranças da ONU devem defender os direitos das mulheres em todas as decisões e fóruns.

A segunda reforça o compromisso de combater retrocessos, a terceira promove o fim das desigualdades sistêmicas e a última visa proteger as mulheres defensoras dos direitos humanos que atuam na linha de frente.

Já o presidente da Assembleia Geral, Philémon Yang, acredita que o mundo vive uma “realidade perturbadora” onde a equidade de gênero ainda está fora de alcance. Para ele, os Estados- membros devem fazer muito mais para executar seus compromissos e criar um caminho para a igualdade total.

Uma adolescente que foi sequestrada por homens na zona rural da Etiópia expressa sua ambição em um quadro negro
UNICEF – Uma adolescente que foi sequestrada por homens na zona rural da Etiópia expressa sua ambição em um quadro negro

Valorização da diversidade

O evento contou com a presença da bailarina brasileira, Ingrid Silva, que participou da sessão destacando que teve uma infância humilde onde o acesso a artes como o balé era considerado um luxo. Ela explicou que durante muitos anos foi rejeitada em companhias de dança porque seu corpo, tom de pele e cabelo não se encaixavam no estereótipo clássico de bailarina.

Após ser aceita em uma das maiores companhias de dança de Nova Iorque, o Dance Theatre of Harlem, onde hoje é a bailarina principal, ela disse que conseguiu “expandir suas asas e florescer”.

Se dirigindo a sua filha que assistia ao discurso, ela disse que “o palco da Assembleia Geral, e todos os espaços, devem refletir a diversidade que existe no mundo”. A bailarina defendeu equidade em acesso a oportunidades e ressaltou que o progresso só chega com ação conjunta.

Movimento poderoso e imparável

A diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, disse que a equidade de gênero “nunca foi mais urgente e os obstáculos no caminho nunca foram tão aparentes”. Para ela, a escolhas de ação ou inação feitas agora serão marcas permanentes deixadas nas páginas da história.

Bahous afirmou que o movimento das mulheres é poderoso e que a igualdade não deve ser temida. Ela ressaltou que quando vozes femininas estão na mesa de negociação, os acordos de paz são mais “abrangentes, inclusivos e duradouros”.

A chefe da ONU Mulheres reforçou que tem encontrado muitas ativistas inspiradoras que reforçam a crença de que a mudança virá e que equidade traz progresso.

Para ela, “o movimento das mulheres é imparável, com uma unidade inabalável e uma causa inegável”.

A diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, discursa na celebração do Dia Internacional da Mulher
ONU/Manuel Elias – A diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, discursa na celebração do Dia Internacional da Mulher

A Assembleia Geral também ouviu histórias de ativismo ao redor do mundo. Discursaram também no evento a cofundadora da equipe de Robótica Feminina Afegã, Roya Mahboob, a ativista climática Grace Yongsanguanchai, a líder da luta contra a mutilação genital feminina na África, Jaha Dukureh, a ginasta e medalhista olímpica, Aly Raisman, e a especialista em paz e segurança, Samira Rashwan.

IMAGEM DESTAQUE: ONU/Manuel Elias – Bailarina brasileira Ingrid Silva discursa na Assembleia Geral da ONU na celebração do Dia Internacional da Mulher de 2025

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