Em ti
Jénerson Alves*
Em 18.09.2020
Em teu toque, há muito mais do que contatos epidérmicos. As falanges dos teus dedos carregam energia cósmica. É como se fagulhas do teu espírito se conectassem ao meu. Teu toque tem um ‘quê’ que arrepia, inquieta e, ao mesmo tempo, liberta.
Em teu olhar, há muito mais do que um simples mirar. As retinas dos teus olhos interpretam vidências quânticas. É como se captassem o que há de mais profundo no meu ser. Teu olhar tem algo que fascina, perturba e, ao mesmo tempo, hipnotiza.
Em teu riso, há muito mais do que contração dos músculos da boca. Tua risada é como uma orquestra que entra pelos meus ouvidos e chega ao meu coração. Em meio a esta melodia, há um lenitivo que ameniza minha melancolia. Teu riso tem um mistério que alegra, intriga e, ao mesmo tempo, emociona.
Em teu choro, há muito mais do que lágrimas vertidas. Teus olhos são lindos, até quando produzem pranto. Todavia, tais lágrimas provocam em mim um desejo de chorar, para não te ver triste. Quisera eu ser vicário das tuas dores.
Em teu corpo, há muito mais do que músculos, nervos e ossos. As curvas da tua silhueta e a doçura da tua pele são como um bálsamo para minhas angústias. Teu corpo é o invólucro da minha paz.
Em tua alma, sei que há muito mais do que os mistérios dos ectoplasmas. Há flores, sabores, cores… beleza, pureza… delicadeza! Rimas que mudam climas, como ímãs… E a conexão almática se torna mais fantástica do que a corpórea (a matéria é ilusória).
Em ti, uma partícula de Deus. Um amor que me encontra e faz com que eu me encontre. E, como devoção, rendo-me quedado diante de teu amor, com o objetivo único de te amar.
*Jénerson Alves é jornalista e membro da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel. Escreve às sextas-feiras.