O adeus ao baluarte do rádio, Ivan Bulhões

Por
Andréa Galvão*
Em 22.03.2021
Ivan Fernandes de Bulhões estava para o rádio como Abelardo Barbosa, o nosso saudoso Chacrinha, sempre esteve para a televisão. Alagoano de berço e caruaruense de coração, nasceu em 12 de março de 1930. Foi o precursor no universo radiofônico e querido em todo estado de Pernambuco. Uma rica trajetória com passagens estratégicas em emissoras como as rádios Liberdade, Difusora e, por último, Jornal do Commercio. Conquistou um público fiel que o seguiu durante toda a vida.
O que seria do forró sem O Mestre Ivan? Ele, que despretensiosamente inseria músicas na sua programação, participava dos arraiais e com isso alavancou a carreira de alguns ícones do gênero.
Eu, ainda menina, divertia-me muito com seus jargões originais e proferidos com humor nos programas vespertinos. Acompanhava minha saudosa avó no café da manhã, enquanto esperávamos a retransmissão das radionovelas. Entre um gole e outro, dávamos boas risadas com o “Quara-qua-quá” e “A Hora da Roedeira,” momento, em que ele dedicava uma canção para os ouvintes que estavam na ”fossa”, hoje, “sofrência”.
Ivan Bulhões humildemente abriu caminho para muitos comunicadores que se consagraram através das ondas do rádio. Anteontem ele fez sua viagem definitiva e já nos deixa saudosos da sua presença, do seu carisma e talento.
Vai na PAZ, querido! E sempre que puder, toca aí de cima uma música de amor pra gente, pois é disto que o mundo precisa. Agora mais que nunca!

*Andréa Galvão é professora de Língua Portuguesa e Arte no Colégio Santa Dorotéia, revisora ortográfica e redatora. É membro da Sociedade dos Poetas e Escritores de Pesqueira e da Academia Pesqueirense de Letras e Artes.

NOTA DO EDITOR: Ivan Bulhões faleceu no sábado (20), em um hospital de Caruaru. Estava internado desde o último dia 07, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).