Relatório sobre desafios da educação cita Brasil e Moçambique
ONU News
Em 06.10.2021
Nova publicação do fundo “Educação Não Pode Esperar” chama a atenção para o aumento de crises afetando crianças e adolescentes; 4,6 milhões de alunos receberam apoio em mais de 30 crises humanitárias no mundo.
Por ocasião do Dia Mundial do Professor, neste 5 de outubro, o fundo “Educação Não Pode Esperar” anunciou que cerca de 4,6 milhões de crianças e adolescentes foram alcançados com educação de qualidade em mais de 30 crises humanitárias em todo o mundo.
Cerca de 48% desse total são meninas, de acordo com a iniciativa global das Nações Unidas que promove a educação em emergências e crises prolongadas.
Brasil e Moçambique
O Relatório de Resultados Anuais “Vencendo a corrida humana” enfatiza a importância de se investir no corpo docente para apoiar e promover os resultados de aprendizagem de qualidade para alunos afetados pela crise de saúde.
Em nível global, a iniciativa recrutou e apoiou financeiramente mais de 150 mil professores, incluindo 41 mil mulheres.
Brasil e Moçambique são os únicos países de língua portuguesa onde a iniciativa apoiou ações locais realizadas por outras entidades.
Em território brasileiro, o destaque é para a situação gerada pela entrada de refugiados, tal como nos vizinhos Colômbia, Equador e Peru. Com este cenário aumentou a necessidade de apoio a atividades de educação.
Em todo o Brasil, foram apoiados 11.890 refugiados, sendo que 48% são meninas. Pelo menos 9,3 mil professores e outros profissionais do setor foram capacitados para servir em contextos de emergência e a crianças indígenas.
Ensino
Em Moçambique, a iniciativa global apoiou aulas pela TV e rádio durante o fechamento de escolas na pandemia. No país africano, foram reabilitadas salas de aulas beneficiando cerca de 15.510 alunos.
Na emergência pós-ciclone, materiais de ensino e aprendizagem chegaram a mais de 142 mil estudantes moçambicanos.
Em todo o mundo, o fundo entregou materiais de aprendizagem a mais de 2,6 milhões de crianças e adolescentes afetados por emergências e crises prolongadas.
Em tempo de pandemia, cerca de 29,2 milhões de menores em situação de fragilidade e 310 mil professores vivendo em situações de crise e emergência receberam auxílio.
Foram apoiadas soluções de ensino a distância, divulgadas mensagens e “produtos integrados para garantir a educação continuada e proteger a saúde e o bem-estar de crianças, professores e suas comunidades durante a crise”.
Mas a Covid-19 também aumentou os riscos para os grupos mais vulneráveis, particularmente meninas, crianças e adolescentes com deficiência.
Conflitos armados
O enviado da ONU para Educação Global, Gordon Brown, destaca o drama de milhões de menores marginalizados e já afetados por conflitos armados, deslocamento forçado, desastres devido a mudanças do clima e crises prolongadas.
Para Brown, a Covid-19 foi uma “crise dentro de outra crise já em curso”, na qual a educação de uma geração inteira enfrenta perdas irreversíveis em emergências e crises prolongadas.
Os desafios incluem cerca de 20 milhões de meninas deslocadas, principalmente adolescentes, vivendo em risco. Para ele, a nova publicação ilustra “como se pode resistir às ameaças e permanecer mais firmes para vencer a corrida humana”.
O apelo aos líderes mundiais é que acelerem e garantam um financiamento adequado para a educação dedicada a todas as meninas, crianças e adolescentes apoiados pela “missão coletiva” de educá-los.
Foto destaque: Unicef/UN0304588/Arcos –