A religião é um bálsamo para a alma
Valéria Saraiva*
Em 12.10.2021
Dia 20 fará dez meses que perdi a minha mãe para o novo coronavírus. Já são mais de 600 mil mortes registradas até agora. Aqui em Pernambuco está caindo o número de mortes, por causa da vacinação, mas ainda é necessário aumentar a cobertura vacinal pra se conseguir controlar esse vírus. Amanhã (quarta-feira) vou tomar a terceira dose. Inicialmente esse reforço está sendo disponibilizado aos idosos e profissionais de saúde. Eu contrai Covid-19 mesmo tendo tomado a vacina. Mas, os sintomas foram leves. Teve gente que contraiu a doença mesmo vacinada e foi a óbito. A doença reage diferentemente em cada pessoa.
Hoje se festeja o Dia das Crianças e de Nossa Senhora Aparecida. Com certeza, Mainha faria um almoço especial, com sobremesa, e compraria um brinquedo para a minha sobrinha Nubinha. Ela adorava essa neta. Eu a presenteei com uns livrinhos de oração para começar a catequisar ela. Mainha era católica fervorosa. Ela nos criou no catolicismo. Recebemos o batismo, fizemos primeira comunhão e crisma. Eu frequentava a igreja e ia para todos os eventos. Só parei de ir quando tive que me dedicar aos estudos para passar no vestibular.
Hoje, simpatizo com o Kardecismo, mas ainda me considero católica. Ambas as religiões são cristãs. Acho que a igreja ideal é onde a pessoa se sente próxima de Deus. Pode ser até em casa, fazendo uma oração. Tenho feito evangelho do lar toda semana com o meu esposo e tem sido bom para mim. Estou conseguindo enfrentar o luto da perda da minha mãe. Daqui a pouco vai fazer um ano que ela se foi. Quando paro para pensar nisso, sinto uma dor e uma saudade enormes.
Ela não gostava dessa história de eu frequentar centro espírita. Mas respeitava. O que me aproximou do espiritismo foram os livros. Eu li vários livros de Zíbia Gaparetto, Mônica de Castro e Marcelo Cezar. Pegava emprestado com uma amiga no trabalho. Depois comecei a comprar, também. A religião é um bálsamo para a alma. Seria mas difícil enfrentar o luto se eu não tivesse essa base para me fortalecer.
Hoje, eu sei que ela descansou e que, esteja onde estiver, está olhando por nós. Acredito que ela cumpriu sua missão aqui. Ela era uma pessoa boa, sempre procurou fazer o bem. Era um exemplo a ser seguido. Algum dia vamos nos encontrar de novo, em outro plano. Que saudade, Mãezinha.
*Valéria Saraiva é enfermeira, poetisa, cronista, autora do livro “Lírios, Tulipas e escorpiões” e integrante da Academia Cabense de Letras.
Foto destaque: Internet
Parabéns, Valéria! Uma religião traça o roteiro do caminho a seguir, mas é imperioso observar a metodologia empregada no caminhar. 👏💖😘