Até 180 mil profissionais de saúde podem ter morrido de Covid-19
OMS
Em 23.10.2021
Projeção da Organização Mundial da Saúde aponta que número mais baixo pode ter sido 80 mil médicos e enfermeiros vítimas da pandemia entre janeiro de 2020 e maio deste ano; entidade faz um apelo urgente por ação concreta para proteger esses profissionais.
Entre 80 mil e 180 mil profissionais de saúde podem ter morrido de Covid-19 entre janeiro de 2020 e maio deste ano, segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS. A agência está fazendo um apelo urgente por ações concretas para uma melhor proteção dos trabalhadores do setor em todo o mundo.
O cálculo é baseado numa análise de 3,45 milhões de mortes por coronavírus, mas a OMS acredita que o total pode ser 60% menor do que o número real de vítimas. O diretor-geral da agência da ONU declarou, em Genebra, que “a espinha dorsal de qualquer sistema de saúde são os seus funcionários”.
Esgotamento e ansiedade
Tedros Ghebreyesus destaca que a Covid-19 é uma “demonstração poderosa de como todos nós dependemos desses homens e dessas mulheres, e como todos nós ficamos vulneráveis quando as pessoas que trabalham para proteger a nossa saúde acabam ficando desprotegidas.”
A OMS e parceiros destacam que além da preocupação com as mortes pelo coronavírus, uma proporção cada vez maior de médicos e enfermeiros sofre de stress, ansiedade, esgotamento e fadiga. Por isso, o pedido é para que líderes e legisladores garantam acesso igualitário às vacinas.
Compromisso do G-20
Em média, dois entre cinco profissionais de saúde estão totalmente vacinados contra o coronavírus, mas existem muitas diferentes entre as regiões.
Na África, por exemplo, um entre 10 trabalhadores do setor receberam doses completas da vacina, enquanto nos países de renda alta, 80% da força de trabalho da saúde está imunizada.
A partir de 30 de outubro, os líderes do G-20 estarão reunidos em Roma e até lá, a OMS calcula que serão produzidas 500 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. Esse total é suficiente para inocular 40% da população de todos os países do mundo até o fim do ano.
O ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown e atual embaixador da OMS para Financiamento da Saúde Global, declarou que será uma “catástrofe moral de proporções históricas” se o G-20 não agir com rapidez para a vacinação universal.
As 20 maiores economias do mundo prometerem doar 1,2 bilhão de doses de vacinas para o mecanismo Covax. Segundo a OMS, apenas 150 milhões de unidades foram entregues.
Foto destaque: ADB/Eric Sales –