A paz que eu conduzo

Por

Jairo Lima*

em 27.06.2020

*Jairo Lima é pós-graduado em Gestão Pública, poeta, escultor e membro da Academia Cabense de Letras.

A busca pela paz é algo inerente a todo ser humano, faz parte das necessidades básicas da construção humana ou, ao menos deveria, visto ser um sentimento inato e, portanto, latente, com força espiritual de um desejo constante. Mas, obtê-la mesmo que razoavelmente, requer um exercício perene, contínuo, aliado à vontade pessoal de transformação.

Sim, a vontade de transformação para melhor serve como norte e energia necessária para qualquer um seguir nesta busca de uma vida mais sublimada. Ela também em muito contribui para se ter um foco, pois como em tudo, obter a paz significa determinação, obstinação.

Muitos se referem a paz como se ela fosse um estado espiritual divisível em paz interior e exterior. Ora, não haverá paz no mundo se ela antes não criar raízes dentro das pessoas. Não há semente que germine fora de um campo de fertilidade e, portanto, não há nada que se espraie sem fonte que jorra. O mundo é conduzido por gente, não por coisas, mesmo que ainda as coisas estejam acima de tantas outras coisas mais importantes, como a própria paz.

As coisificações da vida é que têm levado o homem ao permanente estado de guerra consigo mesmo. As coisas são apenas blefes, enganos e caminhos com armadilhas, mas, dado o grau da vontade, da determinação, do desejo de caminhar pleno na paz, muitos por invigilância sucumbem e pegam estradas subjetivas, caminhos obscuros e trilhas perigosas, afogando-se no mar das ilusões.

A verdadeira paz não está ali ou acolá, não se encontra nisso ou naquilo, não tem peso, cor, textura, densidade…ela não é matéria como são as coisas, mas sim um estado da alma, um estágio em alto degrau da felicidade. Ela é surda para os problemas. Aliás, quem tem paz não tem problemas, mas sim desafios. Ela é cega para tudo que tenta lhe desviar a atenção e sabe emudecer ante a arrogância e a prepotência.

Quem tem paz tem tudo e mais um pouco, tem um pé numa dimensão humana e espiritual que não gira na densidade desse nosso plano, mas goza de um paraíso próprio, fruto apenas da sua vontade.

*Jairo Lima é pós-graduado em Gestão Pública, poeta, escultor e membro da Academia Cabense de Letras.

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