A Inteligência de Cacilda Santos
Jénerson Alves*
Em 18.03.2022
“Comparemos: a inteligência humana é também um edifício lindíssimo, cuja ‘planta’ a Sabedoria Infinita arquitetou”. Essa bela e transcendente afirmação é de Cacilda Santos, uma importante cronista, poetisa, professora e pianista caruaruense. Filha do “Major Sinval da Pharmácia Franceza”, ela nasceu em 09 de junho de 1914.
São poucas as informações disponíveis sobre a vida desta grande intelectual da história da Capital do Agreste. Entretanto, é possível afirmar que sua vida esteve conectada com a Inteligência Superior. Cacilda foi catequista e uma representante da Juventude Católica. Inclusive, registra-se que ela representou o grupo durante o Congresso Eucarístico Nacional realizado em Recife, em setembro de 1939, durante o episcopado de Dom Miguel de Lima Valverde. O tema do evento foi “A Eucaristia e a vida cristã”.
Aparentemente, Cacilda conseguia enxergar lampejos da transcendência no cotidiano. Seus textos foram escritos com dulcíssima elegância. Ademais, também esculpia conhecimento nos seus alunos do Grupo Escolar Joaquim Nabuco – dentre os tais, cita-se o ex-prefeito Anastácio Rodrigues.
É de sua lavra esta belíssima estrofe, marcada por sensibilidade e filosofia:
“O mundo tem uma alma como a nossa,
A natureza também chora e canta,
Chora, palpita, freme, brinca e ri,
Sem saber quanto prende e quanto encanta”
Neste ano, completam-se 30 anos da morte de Cacilda Santos (que faleceu a 21 de janeiro de 1992). Uma escola situada no Sítio Lagoa de Pedra, 4º distrito de Caruaru, leva seu nome. E há um tesouro grandioso em sua história e seu legado, que precisa ser melhor descoberto por estudantes e pesquisadores.
*Jénerson Alves é jornalista e membro da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel. Escreve às sextas-feiras.
Foto: Acervo/Instituto Histórico de Caruaru