100 anos sem Ruy Barbosa

Por

Jénerson Alves*

Em 17.03.2023

No dia 1º de março, completaram-se 100 anos da morte de Ruy Barbosa, proeminente polímata brasileiro. Talvez se estivéssemos em um país que soubesse honrar sua história, certamente o legado de tão elevada figura fosse destacado e enaltecido nos mais diversos meios, quer seja midiático, político, educativo ou social. Com extensa biografia, Ruy Barbosa atuou do direito à política, defendendo a justiça e as liberdades individuais.

Um dos momentos mais relevantes de sua trajetória foi em 1907, quando sustentou a causa das pequenas nações perante as grandes potências na Segunda Conferência da Paz em Haia. A eloquência do diplomata brasileiro fê-lo receber o título de ‘Águia de Haia’. Alguns anos depois, foi candidato a presidente, episódio que ficou conhecido como ‘campanha civilista’, por opor-se ao marechal Hermes da Fonseca, e tratou-se da primeira grande ruptura na República Velha. Não raramente, o Brasil contou com bons quadros como postulantes ao maior cargo executivo. Não raramente, os melhores quadros não logram o êxito de comandar o país.

Entre seus trabalhos literários, é impossível não citar ‘Oração aos Moços’, discurso inicialmente escrito para os formandos da turma de 1920 da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde ele havia se formado meio século antes. Impossibilitado de ir por problemas de saúde, redigiu um dos mais belos e comoventes discursos em língua portuguesa, que contém o espírito do seu legado e, desta forma, a essência da nossa nação.

Na ótica de Álvaro Lins e Aurélio Buarque de Hollanda, Ruy Barbosa é “a mais completa figura política brasileira”. Eles concluem: “[Ruy Barbosa] é considerado, na ordem literária, um clássico da língua; na ordem política e humana, um orientador e um intérprete das nossas melhores tendências”.

*Jénerson Alves é jornalista e membro da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel. Escreve às sextas-feiras.

Imagem: Divulgação