Programa da Amecea leva assistência psicológica e espiritual via rádio, aos atingidos pela pandemia

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O projeto começou no início de julho, mas o serviço funcionará a partir da primeira semana de agosto. O apoio psicossocial será fornecido de duas formas: como aconselhamento individual e como terapia de grupo via rádio.

Vatican News

Um programa de assistência sociopsicológica e espiritual para todas as pessoas que sofrem as consequências psicológicas da pandemia de Covid-19: agentes pastorais, sacerdotes, religiosos e religiosas, funcionários de instituições católicas, agentes de saúde, mas também cidadãos comuns, independente de sua afiliação religiosa. A iniciativa é do Departamento Pastoral da Amecea, a Associação de Conferências Episcopais da África Oriental, e envolverá todos os países membros da região: Etiópia, Eritreia, Sudão, Sudão do Sul, Uganda, Quênia, Tanzânia, Malawi e Zâmbia.

“A disseminação do coronavírus e as rigorosas medidas de prevenção de contágio adotadas pelos governos continuam a ter efeitos dramáticos na vida pessoal e profissional. Tantas pessoas perderam o emprego e isso criou tensões emocionais, algumas ficaram traumatizadas e outras foram atingidas economicamente”, explica o coordenador pastoral Padre Emmanuel Chimomboha em entrevista ao blog Amecea.

O objetivo do programa é também entender como as pessoas estão reagindo à crise: “Sabemos que governos e outras organizações estão apoiando a população em nível material e financeiro, mas queríamos intervir de maneira diferente, em nível espiritual”, explica o sacerdote.

O projeto começou no início de julho, mas o serviço funcionará a partir da primeira semana de agosto. O apoio psicossocial será fornecido de duas formas: como aconselhamento individual e como terapia de grupo via rádio.

Para serviços de aconselhamento individual, cada conferência episcopal colocará à disposição um profissional qualificado. O encontro será realizado virtualmente ou por telefone, mas não fisicamente, para limitar os riscos de contágio, conforme recomendado pelas autoridades, destaca o padre Chimomboha. Somente nos casos mais graves a pessoa necessitada poderá marcar uma consulta para uma sessão presencial.

Para a terapia coletiva, “cada Conferência Episcopal escolherá uma emissora com ampla cobertura na área, com um consultor disponível por cerca de uma hora a cada dia, que irá interagir com os ouvintes para oferecer sugestões”. Caso uma pessoa não possa falar sobre um determinado problema no rádio e precisar de atenção individual, será colocada em contato com um consultor individual.

O objetivo é atingir pelo menos 60% da população em cada país. Uma meta muito ambiciosa – admite o padre Chimomboha – porque “muitas pessoas não podem pagar os meios que queremos usar”. Outro desafio – acrescenta – também é representado pela conectividade, que em alguns países não é estável ou é inadequada”, “mas a metade de algo é melhor que nada”, diz o sacerdote.

A Amecea também coordenará o feedback do programa e o compartilhamento das experiências dos psicólogos, que ocorrerão duas vezes por semana, para identificar questões que requerem atenção especial e, por sua vez, dar conselhos e indicações.

Vatican News – LZ