Florestas destruídas

Por

Carlos Sinésio*

Em 04.08.2020

O Brasil nunca levou muito a sério a importância que tem a preservação do meio ambiente para o planeta Terra. É certo que outros países, inclusive hoje já bem desenvolvidos, num passado distante, não cuidaram muito bem da mãe natureza por muito tempo, até entenderem que preservar é preciso e imprescindível à sobrevivência da espécie humana. Mas o Brasil, por suas dimensões continentais e possuir tanta terra fértil, deu nas últimas décadas certamente o pior exemplo de conservação de florestas que se tem notícia.

Este é mais um daqueles assuntos antigos que permanecem atuais. Por isso, merecem continuar sendo tratados para assegurar o futuro do lindo e maravilhoso planeta das águas. Nunca será demais tratar o tema. Independente de ideologias, as novas gerações precisam se engajar na luta pela preservação da natureza, pois o futuro delas depende totalmente da existência de um meio ambiente minimamente saudável.

Em julho, segundo a ONG Greenpeace, as queimadas na Amazônia aumentaram 28%, em relação ao mesmo mês de 2019. Somente no dia 30 de julho foram identificados por satélites mais de 1 mil focos de incêndio na região. Isso é mesmo impressionante. Os números assustadores só aumentam e danificam o planeta.

O último número da respeitada revista Veja traz esta semana uma ampla reportagem de capa mostrando como se dá a destruição de nossas florestas na região amazônica. Tudo feito à luz do dia por grandes fazendeiros e grileiros, sem que o poder público tenha capacidade de combater essa enorme devastação de florestas como deveria. Falta estrutura para os fiscais; sobra ousadia aos criminosos, que mesmo severamente multados ignoram o poder que os governos têm para combater a destruição.

A matéria da Veja, uma investigação de fôlego e que serve de alerta ao País, também é importante fonte de reflexão sobre um problema tão grave e que atinge a todos. Ela aponta, inclusive, quem mais tem devastado a Amazônia para criar gado e cultivar grãos, sem o menor pudor ou respeito às leis do homem e da natureza. Dói muito saber que essas pessoas imediatistas visam apenas o lucro pelo lucro. Precisam ser severamente punidas, não apenas com multas altas, mas com a prisão.

Como sabemos, essa questão ambiental hoje está diretamente relacionada à economia. Países desenvolvidos não gostam de comprar produtos de quem não cuida do meio ambiente. Essas regras internacionais são cada vez mais rígidas e impactam diretamente no bolso de todos os cidadãos e cidadãs. Elas mexem com a criação de empregos e a arrecadação de impostos, por exemplo.

Portanto, a destruição das florestas e dos recursos naturais é um tema importantíssimo e que interessa a cada pessoa deste País, inclusive e principalmente àquelas que ainda estão por vir. Cuidar do meio ambiente não é um assuntinho romântico qualquer ou que serve para os ambientalistas fazerem política e posar de bonzinhos. A questão é séria demais para alguém torcer o nariz pra ela, simplesmente por achar que não tem nada a ver com isso.

É imprescindível que cada um faça a sua parte, colabore com tudo o que envolve preservação ambiental para poder se alimentar melhor, beber água boa, tomar um refrescante banho de mar ou de rio de águas limpas, respirar um ar menos poluído ou mesmo puro.

Como fazer isso? Simples: comece separando em casa o lixo orgânico do material reciclável, acondicione o óleo de frituras em garrafa PET e o deposite nos locais de recolhimento. Se quer saber, eu faço isso há mais de dez anos. E não me dá nenhum trabalho. Só satisfação. Então, vamos ajudar a preservar a natureza também? Mãos à obra!

*Carlos Sinésio é jornalista. Escreve às terças-feiras.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do blog Falou e Disse.

Foto destaque: radaramazonico.com.br