Ciência, um exemplo
Por Dorgival Soares da Silva*
Em 1846, Peter Panum descobriu que o isolamento acabaria com a endemia de sarampo nas ilhas Faroe, possessão holandesa, localizada no Atlântico Norte entre a Escócia e a Irlanda.
Oito anos depois, surgiu uma epidemia de cólera em Londres. John Snow, médico, fez uma das primeiras análises espaço-temporais para compreensão da epidemia.
Era um mapa simples, mas que possibilitava a compreensão das relações espaciais entre as ocorrências de cólera no bairro de Soho, e suas hipóteses de contágio.
As marcações na forma de pequenos quadrados indicam o endereço das pessoas contagiadas. Percebeu uma maior concentração em torno de uma bomba d’água.
Snow concebeu que a água poderia estar contaminada e ser a origem da cólera, e não as partículas do ar, como se acreditava.
Pediu para lacrar a bomba. Acabou a propagação da doença.
O principal ganho foi a compreensão da relação entre saúde pública e melhores instalações sanitárias.
Isso ocorreu em 1854.
Brasil, 2020: mais de 35 milhões de brasileiros não possuem abastecimento de água tratada e quase 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto, direitos assegurados pela Constituição.
E, ninguém se sente responsável.
*Dorgival Soares da Silva é administrador de Empresas. Pernambucano de Vitória de Santo Antão, está radicado em São Paulo desde 1992.
Narrativa muito peculiar do nosso amigo Dorgival o “Amarelinho”.
Amigo Hilberto, o amarelinho do passado já era uma advertência para os tempos atuais.
Hoje, estou roxo de raiva, com o desmonte do futuro.
Abraços.
Muito bom!
Acredito que a pandemia do Corona Vírus seja o maior desafio para a ciência acadêmica, as autoridades sanitárias e governamentais porque as medidas vão além das falácias e dos interesses monetários.
Que se voltem para os seres humanos mais pobres com olhares verdadeiramente humanos vendo-se em casa um deles.
Obrigado pelo comentário, Lúcia.
Há outro vírus circulando, talvez mais nefasto, o da indiferença.
Abraços.
Que bom ver um comentário seu no blog de Zé Ambrósio. Quanto tempo, Dorgival, abraço forte.
Bom te encontrar por aqui, Antônio.
Vivos também assustam!
Abraços.