OMS espera primeiros resultados de vacina entre outubro e dezembro
Jamil Chade, colunista do UOL
Em 13.06.2020
A Organização Mundial da Saúde afirma que espera um primeiro resultado dos testes sobre a vacina contra o coronavírus até o final do ano. Nesta sexta-feira, a cientista-chefe da instituição, Soumya Swaminathan, revelou que as conclusões podem ser revelados entre outubro e dezembro e não descarta que as primeiras doses possam já começar a ser produzidas caso sua eficiência e segurança estejam comprovadas.
Ainda assim, uma distribuição generalizada do produto, caso os resultados sejam positivos, poderá levar ainda meses para ocorrer.
Os últimos dados oficiais da OMS apontam para a existência de mais de 7 milhões de casos da covid-19 e mais de 400 mil mortes. Nos últimos dias, o Brasil se transformou no novo epicentro da crise.
No total, 200 candidatas existem na busca por uma solução e vacina. “A melhor forma é uma vacina”, disse. “Está claro que uma imunização por infecção natural vai levar muito tempo”, disse. Para ela, a ideia de uma imunidade de rebanho não funcionará.
De acordo com Soumya, empresas e laboratórios já começaram a trabalhar em janeiro e uma das candidatas entrou na primeira fase de testes em março. Outras duas vacinas estão entre as fases 2 e 3. “Esperamos os resultados entre outubro e dezembro”, disse. “Podemos ter resultados e até algumas doses”, afirmou.
Segundo ela, outras dez candidatas estão sendo avaliadas, o que significa que o ano de 2021 pode contar com até doze possibilidades. A esperança é de que pelo menos uma delas seja segura no ano que vem.
Soumya, porém, alerta que a vacina não poderá ser apenas segura e eficiente. O passo seguinte será o de saber quem receberá primeiro as doses. “Precisaremos de um consenso mundial”, disse.
Ela ainda apontou que, mesmo para países que já controlaram a doença, a vacina será importante, inclusive para que possam abrir suas fronteiras.
Para a representante da OMS, não é por não haver uma vacina que países devem “desistir” na tentativa de controlar o surto. “Diagnosticar cedo funciona”, afirmou. Segundo ela, testar as pessoas com sintomas e rastrear contatos têm se provado um caminho eficiente.