Mãe, um colo de Deus

Por

Jénerson Alves*

Em 07.05.2021

Há na maternidade humana partículas do Divino.

De certa forma, toda mãe é uma Maria, dizendo ‘sim’ para que venha ao mundo um filho de Deus.

De certa forma, toda mãe também é Cristo, como nos explica a escritora católica Kimberly Hahn: “O que uma mulher faz ao dar à luz um filho é, à imitação de Cristo, dar a sua vida pelo amigo’.”

De certa forma, toda mãe é uma Igreja, pois ensina os caminhos do Bem e do Amor aos seus filhos, como nos testifica a teóloga adventista Ellen White: “A influência da mãe é incessante; e se essa influência está sempre do lado do direito, o caráter dos filhos testificará de seu valor e zelo moral. Seu sorriso, seu encorajamento, podem ser uma força inspiradora. Ela pode levar alegria ao coração do filho por uma palavra de amor, um sorriso de aprovação”.

De certa forma, toda mãe é uma Obra de Arte. A maternidade concedeu inspiração a artistas como Michelangelo, Artemisia Gentileschi, Élisabeth Louise Vigée-Le Brun e Amy Sherald.

De certa forma, toda mãe é um Colo de Deus. Isso explica a petição de Vinicius de Moraes: “Aninha-me em teu colo como outrora / Dize-me bem baixo assim: — Filho, não temas / Dorme em sossego, que tua mãe não dorme.”

Nestes tempos de materialismo, extremismos e ignorância, enxergar, aplaudir e ressaltar a sacralidade da maternidade consiste em trazer Beleza para o cotidiano. É, portanto, um ato divino, pois no Belo habita um pouquinho do céu.

*Jénerson Alves é jornalista e membro da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel. Escreve às sextas-feiras.

Foto destaque: Madonna con Bambino, de Artemisia Gentileschi.