Comissão Arns vai para a rua em defesa dos direitos humanos

Por

Comissão Arns

Em 05.10.2021

Em seu primeiro ato público conjunto, a Comissão Arns foi para a rua, na manifestação do dia 2 de outubro, em defesa da democracia e dos direitos humanos. Membros fundadores, apoiadores e colaboradores da Comissão se reuniram em frente ao Conjunto Nacional empunhando uma faixa e marcando presença com um “Viva D. Paulo! Viva a democracia!”

Margarida Genevois, 98 anos, presidente de honra da Comissão Arns fez questão de estar presente ao ato. Participaram também o presidente José Carlos Dias e os membros fundadores Belisário dos Santos Jr., Laura Greenhalgh, Maria Hermínia Tavares de Almeida, Oscar Vilhena Vieira e Paulo Vannuchi, além de membros apoiadores.

Após o ato, a Comissão caminhou pela Av. Paulista até o caminhão de som, em frente ao MASP, onde José Carlos Dias discursou: “Há quase 40 anos, pessoas de diversas linhas políticas, Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, Lula e muitos outros estavam unidos pela esperança de redemocratizar o Brasil. Hoje, nós vivemos aqui uma manifestação não tão grande quanto a das Diretas Já. Mas estamos aqui porque o Brasil está esfrangalhado, miséria por todo o lado, a morte campeando por aí… quando nós vemos este poaís de luto por tantas pessoas desaparecidas, nós temos que transformar esse luto em luta!”

Foto: Evelyn Ruman – FOTÓGRAFOS PELA DEMOCRACIA

*Sobre a COMISSÃO DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS DOM PAULO EVARISTO ARNS

Por uma dívida histórica quanto à incorporação dos direitos humanos na vida dos cidadãos e pelos riscos de retrocesso em conquistas celebradas na Constituição de 1988, um grupo de brasileiros decidiu constituir a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns.

São 20 personalidades do mundo político, juristas, acadêmicos, intelectuais, jornalistas e militantes sociais de distintas gerações, cujo denominador comum tem sido a permanente defesa dos direitos humanos. O grupo atua de forma voluntária, suprapartidária, ao lado de milhares de defensores de direitos humanos pelo país.

O objetivo dessa iniciativa é dar visibilidade e acolhimento institucional a graves violações da integridade física, da liberdade e da dignidade humana, especialmente as cometidas por agentes do Estado contra pessoas e populações discriminadas, como negros, indígenas, quilombolas, pessoas LGBTs, mulheres, jovens, comunidades urbanas ou rurais em situação de extrema pobreza.

A Comissão Arns trabalha em rede com organizações sociais e indivíduos, com o intuito de detectar esses casos, dar suporte a denúncias públicas, fazer encaminhamentos aos órgãos do Judiciário e organismos internacionais, promover ações específicas junto à classe política e mobilizar a sociedade.

Em seu nome, a Comissão destaca a figura de Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016), Arcebispo Emérito de São Paulo. Em 1972 , Dom Paulo criou a Comissão Justiça e Paz de São Paulo, uma porta aberta no acolhimento das vítimas da repressão política e policial no país. Ao homenageá-lo, a Comissão reconhece esse exemplo de resistência, resiliência e, sobretudo, de esperança para os brasileiros em tempos difíceis.