No Dia Mundial do Braille, ONU ressalta barreiras para quem tem deficiência

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ONU News

Em 04.01.2022

Cerca de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo, que vivem com algum tipo de deficiência, têm menos oportunidades de acesso a cuidados de saúde, educação, emprego e participação na comunidade; elas estão mais propensas a viverem na pobreza e serem vítimas de abuso e violência.

Mesmo antes da pandemia, a vida com uma deficiência já era mais difícil para cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo com maior dificuldade de acesso ao emprego, saúde e educação. Eles também têm mais chance de serem marginalizados, negligenciados e de viverem na pobreza, violência ou em comunidades afetadas por crises.

O alerta é das Nações Unidas para marcar o Dia Mundial do Braille, neste 4 de janeiro. A ONU também destaca o impacto negativo da Covid-19 para quem é cego e tem outras deficiências.

Os guias de votação em braille garantem que as pessoas com deficiência em Serra Leoa saibam como votar

© Unpd/Lilah Gaafar – Os guias de votação em braille garantem que as pessoas com deficiência em Serra Leoa saibam como votar

Áudio

O confinamento por causa da pandemia levou a uma série de problemas como isolamento e dependência, principalmente para quem precisa do toque para se comunicar. Durante a pandemia, ficou evidente a importância de material de informação em vários formatos incluindo braille e recursos em áudio.

As pessoas com deficiência também enfrentam maior risco de contaminação ao não obterem guias e informação sobre como se proteger e reduzir a doença.

Com a Covid-19, não somente o mundo percebeu que precisa estar mais conectado, mas muitos governos notaram a urgência de promover a inclusão digital para todas as pessoas.
Na própria ONU, o Programa para o Desenvolvimento, Pnud, produziu mais de 4 mil materiais em braille sobre a prevenção da Covid, no Malauí.

Um folheto de saúde reprodutiva para mulheres com deficiência foi publicado em Braille e distribuído em bibliotecas e escolas para deficientes visuais no Cazaquistão

© Unfpa Kazakhstan – Um folheto de saúde reprodutiva para mulheres com deficiência foi publicado em Braille e distribuído em bibliotecas e escolas para deficientes visuais no Cazaquistão

Apoio psicossocial

O Escritório de Direitos Humanos na Etiópia distribuiu material de áudio para jornalistas além de versões em braille e recursos educativos. O mesmo se deu com o Unicef, que produziu cartilhas para crianças sobre lavagem de mãos e outras dicas de higiene, educação, saúde mental e apoio psicossocial.

O Dia Mundial do Braille é celebrado desde 2019 pela ONU para aumentar a informação e conscientizar sobre o recurso como meio de comunicação na realização dos direitos humanos de pessoas que vivem com deficiência visual e aquelas que têm parte da visão.

A representação do alfabeto e dos números, símbolos científicos e musicais, utiliza pontos que representam cada letra, número e nota e podem ser tocados.

Uma criança lendo em braille em escola secundária no Uganda

Unicef/Michele Sibiloni – Uma criança lendo em braille em escola secundária no Uganda

Louis Braille

O método inventado no século 19, na França, por Louis Braille, ajuda na liberdade de expressão e opinião, na educação e ainda inclusão social de quem vive com uma deficiência visual.
Este é o princípio básico do segundo artigo da Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiências.

Conheça o projeto Tifolibros, de editores argentinos em parceria com a Organização Mundial de Propriedade Intelectual, Ompi. A iniciativa é uma biblioteca digital para cegos que conta com 800 livros educativos em espanhol.

Foto destaque: Unicef/Anita Khemka – Método inventado no século 19, na França, por Louis Braille, ajuda na liberdade de expressão e opinião, na educação e ainda inclusão social de quem vive com uma deficiência visual