Porque a vida é breve

Por

Jénerson Alves*

Em 22.04.2022

Porque a vida é breve, não pode ser contada através de segundos, minutos, horas nem dias. A vida é imponderável. Cada amanhecer traz consigo dúvidas e possibilidades. Não sabemos o que nos aguarda na curva do imprevisível.

Porque a vida é breve, não podemos ter certeza de uma próxima vez. Dizemos ‘até logo’ sem pensar que esta pode ter sido a última.

Porque a vida é breve, nossos sonhos são infinitamente menores do que a capacidade de realizá-los.

Porque a vida é breve, demoramo-nos mais no vale de lágrimas do que no jardim dos sorrisos.

Porque a vida é breve, não dá para voltar no passado e desfazer os erros, nem dá para visitar o futuro e descobrir o que dará certo.

Porque a vida é breve, o autor bíblico a comparou com “um vapor que aparece e logo desvanece”.

Porque a vida é breve, precisamos reconhecer o valor das pequenas coisas, dos singelos gestos, dos afáveis tratos. Nossa biografia é escrita (e reescrita) diariamente, mas de repente não teremos mais uma página sequer. E sempre haverá algo a ser dito, a ser feito…

Somos como a flor – que murcha – ou a erva – que seca. Abracemos com humildade nossa humanidade. Quem sabe, assim, o Autor nos abrace em Sua Eternidade…

Que, ao dizer “amém”, amemos, porque a vida é breve.

*Jénerson Alves é jornalista e membro da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel. Escreve às sextas-feiras.  

Imagem: “Rose Bush”, 1884, Anthonore Christensen