McCoy x Hatfield
Jénerson Alves*
Em 08.07.2022
A longa e sangrenta rixa entre as famílias McCoy e Hatflied, nos Estados Unidos, é um emblema da mágoa e do rancor. A tensão que começou no século XIX se arrastou por mais de cem anos. Essa história foi transformada em série, disponível em plataformas de streaming.
Pensar neste enredo nos conduz a pensar em nossa própria história de vida. Quantas vezes nutrimos desavenças com as pessoas que estão ao nosso redor? Aliás, conheço casos de pessoas que guardam mágoas até de quem já não está perto – seja por motivo de viagem ou mesmo de morte.
Muitos são os motivos que podem nos levar a odiar alguém. Traição, ingratidão, decepção e desprezo são como sementes para ressentimentos e rancores. Quando somos machucados, as feridas podem gerar sulcos em nossa alma, criando raízes de amargura. Guardar esses sentimentos é autoflagelação, nas esferas psíquica, física e social.
Em meio aos espinhos das ofensas, é vital procurarmos o aroma do perdão. O processo de cura pode ser inicialmente dolorido, mas no final é recompensador. As mágoas do passado precisam ser extirpadas através do perdão, reconhecendo as limitações do próximo e deixando para Deus o papel de juiz. O amor cura.
*Jénerson Alves é jornalista e membro da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel. Escreve às sextas-feiras.
Imagem: Membros do Hatfield e do McCoy – Wikimedia Commons