Líderes globais firmam compromisso de criar mundo do trabalho melhor após pandemia

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Agência OIT

Em 15.07.2020

A Cúpula Mundial da Organização Internacional do Trabalho (OIT) contou com a participação de líderes globais, que discutiram estratégias para enfrentar no mundo do trabalho após a pandemia da COVID-19. Foto: OIT

Chefes de Estado e de governo, bem como líderes empresariais e sindicais de todo o mundo, participaram da Cúpula Mundial sobre a COVID-19 e o Mundo do Trabalho, que ocorreu online de 7 a 9 de julho.

A cúpula foi a maior reunião virtual de trabalhadores, empregadores e governos realizada até o momento, com a participação de líderes das Nações Unidas, da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Fundo Monetário Internacional (FMI), da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A cúpula debateu estratégias para enfrentar as enormes vulnerabilidades do mundo do trabalho expostas pela pandemia e, em particular, as necessidades daquelas pessoas que trabalham sem proteção social e na economia informal.

Foram discutidas formas de promover emprego pleno e produtivo e empresas sustentáveis; garantir que a redução da pobreza, a promoção da igualdade e o combate às mudanças climáticas sejam elementos essenciais na recuperação; e como a comunidade internacional pode se comprometer a cumprir a Agenda 2030.

O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, saudou o compromisso e a determinação dos líderes mundiais em construir um mundo de trabalho melhor como elemento central de recuperação da crise da COVID-19.

Em seu discurso de encerramento, disse: “considero digno de menção o alto grau de comprometimento e de determinação que foram alcançados em conjunto para superar a crise e para facilitar progressos que fomentem uma situação mais favorável. Nesta base, tudo se torna possível.”

“Dispomos de mecanismos muito eficazes para retomar a normalidade no mundo do trabalho”, destacou Ryder.

“Alguns deles nos são muito familiares, como o diálogo social e as Normas Internacionais do Trabalho. Também temos um ativo relativamente novo em nossas mãos. Nossa Declaração do Centenário para o Futuro do Trabalho. Acho que estamos vendo o quão valioso isso é como um roteiro para encontrarmos o caminho a seguir”, afirmou.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse: “esta cúpula mundial é uma oportunidade para os representantes de governos, trabalhadores e empregadores moldarem as respostas vencedoras”. Segundo ele, a recuperação da crise não é uma escolha entre saúde ou emprego e a economia. “Todas essas frentes estão interligadas. Ou nós venceremos em todas as frentes ou falharemos em todas as frentes.”

“Já temos uma base sólida para ação e soluções, a Declaração do Centenário da OIT, bem como a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e a Meta 8 dos ODS, sobre trabalho decente e crescimento econômico. Juntos, podemos emergir dessa crise mais forte, com empregos decentes e um futuro mais promissor, mais igual e mais verde para todos ”, acrescentou o secretário-geral da ONU.

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, os sistemas, empregos, meios de subsistência e economia estão entrelaçados.

“A OMS apela às organizações de governos, empregadores e trabalhadores no setor de saúde para que desenvolvam programas nacionais fortes e sustentáveis para a segurança e saúde ocupacional dos profissionais de saúde. Juntos, temos o dever de proteger aqueles que nos protegem.”

A primeira parte da cúpula, realizada de 1 a 2 de julho, consistiu em uma série de eventos regionais virtuais que cobriram África, Américas, Estados Árabes, Ásia-Pacífico, Europa e Ásia Central.

Representantes de governos, de organizações de empregadores, de trabalhadores e regionais discutiram o enorme impacto da pandemia sobre as economias, os mercados de trabalho e as sociedades, bem como as diferentes respostas nacionais.

As conclusões desses eventos regionais entraram nas discussões realizadas na semana da Cúpula Mundial.

O último dia da reunião, o Dia dos Constituintes da OIT, proporcionou aos ministros e às ministras, aos e às líderes de trabalhadores e de empregadores dos 187 países-membros um fórum para compartilhar opiniões sobre como a Declaração do Centenário da OIT pode orientar ações para apoiar a recuperação diante da pandemia e criar um mundo melhor de trabalho.