Crápulas e capachos

Por

José Ambrósio dos Santos*

Em 03.10.2024

E eles são muitos e estão em todos os lugares, com maior concentração em gabinetes públicos e púlpitos.

Eles atuam em tempo integral, mas nada constroem para o bem coletivo.

Estão sempre em busca de vantagens e atacando imagens, num descarado e nocivo exibicionismo narcísico.

Seus anéis apenas reluzem e seus ternos finos exalam odores que denunciam gabinetes enlameados, habitat natural dos crápulas e dos capachos.

E eles são muitos e estão em todos os lugares, com maior concentração em gabinetes públicos e púlpitos.

Aplausos sim, pois a canalhice também é aplaudida por pares que se retroalimentam e se lambuzam em faustos banquetes que nada lhes custam, mas subtraem investimentos na saúde, educação, nos transportes e em postos de trabalho.

Subtraem até o prato da mesa.

E assim se sustentam, enganando e sugando covardemente tudo o que podem de seres frágeis, muitos esquálidos, que por suas condições de vulnerabilidade a tudo se submetem, em tudo creem e tudo validam sem o menor questionamento.

E assim foi ontem, assim é hoje e assim será amanhã.

Por que é assim?

E até quando?

*José Ambrósio dos Santos é jornalista, escritor e integrante da Academia Cabense de Letras.

Imagem: Internet