Campanha alerta para importância de vacinação de pacientes especiais
Redação
Em 16.09.2020
Com o objetivo de estimular a difusão de informações sobre a vacinação de pessoas imunodeprimidas ou que vivem com doenças crônicas, a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) e a empresa farmacêutica Pfizer lançaram ontem (15) a campanha #CRIE+proteção. O público alvo é formado por pessoas com necessidades específicas de imunização, a exemplo de pacientes imunodeprimidos, com câncer, que vivem com HIV ou transplantados, e de quem convive com os pacientes.
“O que mais queremos é compartilhar informações corretas e torná-las acessíveis”, afirma o presidente da SBIm, Juarez Cunha. Segundo ele, há um contingente importante de pessoas que deixam de buscar um recurso a que tem direito por desconhecimento ou por receberem orientações desencontradas, em muitos casos dos próprios médicos, como comprova pesquisa. “Isso é algo que dificulta a vacinação de pessoas com condições crônicas de saúde, como diabetes, pneumopatias, cardiopatias, câncer, entre outras”, avalia.
A vacinação é oferecida pelo Centro de Referências para Imunobiológicos Especiais (CRIE), existente em todos os estados, mas que são pouco procurados em razão do pouco conhecimento da população sobre o serviço, que é gratuito. Os CRIEs são ligados ao Serviço Único de Saúde (SUS).
Para ampliar o conhecimento foi criada uma nova área enciclopédica no Família SBIm. A área também abriga vídeos gravados por médicos da entidade e uma websérie especial comandada pelo médico Dráuzio Varella.
Nos episódios, Dráuzio visita diferentes unidades do CRIE para apresentá-los à sociedade e fala sobre as vacinas, imunoglobulinas e soros disponíveis, sempre acompanhado por profissionais que trabalham nas unidades e pacientes que até então não conheciam os locais. São eles Jussara Del Moral, diagnosticada com câncer de mama em 2007, Pedro Frazão, que passou por um transplante renal em 2018, e Lucas Raniel, que vive com HIV desde 2013. Complementam a CRIE+Proteção postagens educativas no Facebook e Instagram.
PESQUISA – Realizada pelo Instituto Ipsos a pedido da Pfizer, a pesquisa “Estudo da Jornada dos Pacientes no CRIE” confirmou que a falta de informação — de pacientes e médicos — é o principal entrave para o aumento da adesão ao CRIE. Foram realizadas 280 entrevistas quantitativas e 44 qualitativas com médicos que atendem pessoas com risco aumentado para doenças imunopreveníveis, usuários dos CRIEs e gestores das unidades. As margens de erro são de 6 pontos percentuais para a fase quantitativa e 14,8 na fase qualitativa.
Confira os principais dados:
- 91% dos pacientes são encaminhados às unidades pelo(a)s médico(a)s que acompanham a condição de base.
- Dessas pessoas, 70% dizem se vacinar sem receios e 30% afirmam que se vacinam por saber que faz bem à saúde, apesar ter alguma preocupação.
- Cerca de um a cada cinco médico(a)s (21%) nunca ouviram falar nos CRIE.
- Boa parte dos que conhecem tem referências antigas: por meio de informações obtidas na graduação (19%) ou por ter feito residência em local onde havia um CRIE (18%).
- 36% dos médicos que conhecem os CRIE não fazem o encaminhamento às unidades. As principais razões apontadas são: pacientes buscarem as vacinas em serviços privados (39%), encaminhamento às UBS (29%) e esquecimento, correria ou falta de tempo (24%).
- 64% dizem que as equipes dos CRIE passam informações mais detalhadas sobre vacinas nos CRIE do que as de outros locais.
- 93% dos pacientes atendidos nos CRIE reconhecem a qualidade do atendimento e a boa capacitação dos profissionais.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil