O adeus ao espião que eu amava
Andréa Galvão
01.11.2020
E ao final de cada domingo, eis que surgia ele na tela da minha simples TV. Sim, de tubo e ainda em preto e branco, motivo pelo qual me impedia de visualizar o par de olhos claros e sedutores. Para minha sorte, logo aparelho em cores foi adquirido e daí em diante eu não só pude contemplar a beleza do ator como também escutar infinitas vezes a célebre frase: “Bond, meu nome é James Bond”, proferida com ênfase nos filmes… Lindo, cheio de charme e absolutamente talentoso.
Sean Connery encarnou um personagem icônico durante anos e que não há dúvidas que foi escrito para ele. A partir de 1962 ele deu vida ao “007” com maestria e desde então passou a ser cobiçado pelas mulheres, elogiado pelos grandes do cinema e aclamado pela crítica. Nascido em 25 de agosto de 1930 em Edimburgo ( Escócia), era filho de um operário e uma empregada doméstica. Não foi bom aluno e talvez por essa razão migrou rapidamente para o mundo artístico, onde colecionou 94 papéis, muito bem distribuídos em 60 anos de carreira.
Na sétima arte também atuou em O Nome da Rosa, de Umberto Eco, e no longevo Indiana Jones. Chegou a ganhar o Oscar em 1988 e por ter voz marcante e limpa fez muitos trabalhos de dublagem. Ontem, no último dia do mês de outubro em um ano que ficará para a história pela sucessão de tragédias que não param de ocorrer, ele saiu de cena aos 90 anos, dormindo placidamente! A morte física jamais apagará o que representa para os cinéfilos e fãs como eu. Ao contrário, ainda brilhará muito nos palcos eternos, ator fantástico e objeto da minha total admiração!!
*Andréa Galvão é professora de Língua Portuguesa e Arte no Colégio Santa Dorotéia, revisora ortográfica e redatora. É membro da Sociedade dos Poetas e Escritores de Pesqueira e da Academia Pesqueirense de Letras e Artes.