Sem dado oficial, ranking da Johns Hopkins traz números defasados do Brasil

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Brasil ‘some’ de respeitado ranking da covid-19 feito pela Johns Hopkins Imagem: reprodução/Johns Hopkins

Do UOL, em São Paulo 06/06/2020
O site da conceituada Universidade Johns Hopkins, referência no monitoramento da covid-19 no mundo, passará a trazer dados defasados sobre a situação brasileira após o governo brasileiro retirar do site oficial da covid-19 os números consolidados sobre a pandemia no país.
Hoje, o Brasil chegou a aparecer com números “zerados” no levantamento. Em nota à imprensa, a universidade americana explicou: “Em relação ao caso dos dados brasileiros, o Ministério da Saúde brasileiro suspendeu temporariamente a divulgação de dados sobre a covid-19 em seu site. Até que as informações voltem a estar disponíveis, iremos utilizar o último número oficial que temos disponível (04/04/2020). Assim que os dados forem disponibilizados, faremos as correções nas curvas históricas.
” O fenômeno foi notado pela reportagem depois que o site oficial da covid-19 no Brasil foi republicado pelo Ministério da Saúde sem os números totais de casos e mortes.
Desde ontem, à exemplo do que ocorreu ontem com a atualização diária dos dados de diagnósticos, óbitos e curados, deixou de trazer números consolidados sobre a doença e o histórico de sua evolução desde o primeiro caso brasileiro.
Agora, o site apresenta apenas os dados incluídos nas últimas 24 horas na base de dados do governo — o que não significa que ocorreram de ontem para hoje.
A atualização na forma de divulgação dos números da covid-10 aconteceu após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticar a cobertura feita pela imprensa e afirmar: “É para pegar o dado mais consolidado. E tem que divulgar os mortos no dia.
Ontem, o novo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Carlos Wizard, afirmou que a pasta deveria recontar o número de mortes, alegando que os dados eram “fantasiosos ou manipulados”. Um novo balanço foi prometido para o próximo mês.
Eu acredito que vai ter um dado mais real, porque o número que temos hoje está fantasioso ou manipulado”, disse Wizard ao jornal O Globo.
A mudança tem gerado críticas de diversos médicos e pesquisadores brasileiros.