Uma diplomacia de guerra
Em 01.12.2020
O mundialmente famoso livro A Arte da Guerra, de Sun Tzu, certamente nunca foi apreciado ou mesmo lido pelo clã Bolsonaro, hoje apeado no Palácio do Planalto, de onde destila ódio e maldade contra qualquer pessoa que pense diferente dele. Seja no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo, o grupo está pronto para atacar pessoas ou países sem qualquer bom senso e sem medir as consequências dos seus atos.
O citado livro, escrito pelo pensador chinês (sim, da China) uns 500 anos a.C., recomenda que, antes de atacar, deve-se avaliar e planejar tudo muito bem, estudar o inimigo à exaustão. Tudo isso para que os riscos de uma derrota ou insucesso sejam minimizados o quanto for possível. É uma espécie de manual estratégico não apenas para conflitos armados, pois pode ser aplicado em outras áreas pelo ser humano, como forma de sobrevivência.
Por conta disso, o clã e seus asseclas têm gerado mal-estar e crises desnecessárias. Problemas que podem custar muito caro ao País, prejudicando as relações diplomáticas, as parcerias em diversas áreas do conhecimento e da ciência e, principalmente, o comércio exterior.
O mais recente imbróglio foi criado na semana passada pelo deputado Eduardo Bolsonaro, o filho número 03 (sim, eles são identificados por dígitos, como animais no pasto ou em confinamento). Ele disse numa rede social que o Brasil apoia a aliança global para um 5G “sem espionagem da China”. O 5G é o padrão de tecnologia de quinta geração para redes móveis e de banda larga.
O ataque à China causou um grande mal-estar diplomático, com a embaixada daquele país respondendo e enquadrando o filhote número três. Bem feito! Várias autoridades brasileiras, felizmente, reagiram ao ataque, explicando que as afirmações do deputado são apenas dele, pessoais. Menos mal.
O fato é que o parlamentar demonstrou total inabilidade para o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores que, lamentavelmente, ocupa na Câmara dos Deputados (Aliás, muitos deputados querem defenestrá-lo da função).
Mas nos últimos dois anos, a família Bolsonaro e alguns seguidores arrumaram intrigas também com os Estados Unidos (eles são Trumpistas até a morte), com países europeus, por questões relacionadas à Amazônia e ao meio ambiente, e com a Argentina, só por serem contra o presidente Alberto Fernandez. E olhe que os hermanos argentinos são nossos principais parceiros comerciais na América do Sul. Muitas dessas desavenças acabam sendo motivo de chacotas, piadas para todo o mundo rir.
Diante de tudo isso, se vê que a nossa diplomacia, que sempre foi respeitada mundialmente, está em maus lençóis. Ou os Bolsonaro criam juízo e passam a respeitar os outros, sobretudo os grandes parceiros comerciais, ou seremos cada dia mais ridicularizados. E o pior: o Brasil sofrerá retaliações que trarão enormes prejuízos para a economia, que, como se sabe, não anda nada boa das pernas. Te segura, Brasil!
*Carlos Sinésio é jornalista com 35 anos de profissão. Trabalhou nos jornais O Globo, Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco. Foi assessor de comunicação em diversas instituições públicas e privadas e repórter freelance no jornal O Estado de S. Paulo e na IstoÉ. Atua na TV Alepe. Escreve às terças-feiras.
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do blog Falou e Disse.
Incrível, né Sinesio?! Quem imaginaria que área tão importante e por onde já passaram figuras do porte de Joaquim Nabuco seria um dia (des)conduzida por um negacionista porra-louca como Ernesto Araújo?!
Realmente, vexames lamentáveis., Gilson. O Brasil não merece.