Famílias no Brasil plantam 200 mil árvores em memória das vítimas da Covid-19
ONU News
Em 20.01.2021
Iniciativa inclui parceiros do Programa Mundial do Meio Ambiente, Pnuma, e alguns dos cientistas mais respeitados do país na área; homenagem é feita também aos trabalhadores de saúde que lutam para combater a pandemia.
Uma ação para plantar 200 mil árvores em memória de pelo menos 200 mil vítimas da Covid-19 no Brasil deve continuar até 5 de junho, quando a ONU marca o Dia Mundial do Meio Ambiente.
As mudas são semeadas por familiares das vítimas em vários estados brasileiros. Um dos participantes, Rafael da Silva de Lima, de São Paulo, perdeu o pai e a prima para a pandemia. Segundo ele, a iniciativa é cheia de significado, pois as árvores representam vida e ligação com a natureza.
Década de Restauração
As famílias enlutadas são apoiadas por entidades parceiras das Nações Unidas e por cientistas renomados no país especializados em restauração. O projeto, lançado no mês passado, também homenageia trabalhadores de saúde, que estão na linha de frente do combate à pandemia.
O Pnuma está ajudando com a campanha que ocorre na Década da ONU sobre Restauração de Ecossistemas que vai deste ano até 2030.
(Veja links em inglês: UN Decade on Ecosystem Restoration 2021-2030.)
O objetivo é envolver a participação de organizações da sociedade civil para assegurar que as árvores nativas sejam tratadas de maneira apropriada.
Dentre as árvores plantadas está uma série de espécies nativas da Mata Atlântica como jacarandá, ipê e ingá. O plano inicial era plantar 6,5 mil árvores numa área de quatro hectares no interior do Rio de Janeiro, que é o habitat do mico-leão-dourado. (Associação Mico-Leão-Dourado)
Febre amarela
Vários locais como o Pontal do Paranapanema foram identificados alargando a iniciativa a outros estados.
O desflorestamento é das umas preocupações no país. Várias associações da sociedade civil atuam para combater o problema. Com o desmatamento, o habitat do mico-leão-dourado, por exemplo, foi reduzido a 2% da sua área original.
Em 2018, com a epidemia de febre amarela, no sudeste do país, muitas pessoas morreram e a população dos micos passou de 3,6 mil para 2,5 mil.
Com a pandemia de Covid-19, muitos trabalhadores do setor de conservação ficaram ameaçados pela contaminação, o que afetou o avanço de programas de proteção dos micos.