Vencemos, negacionistas!
Ayrton Maciel*
Em 24.01.2021
Vencemos! É preciso sempre repetir a insanos, desvairados e aloprados. As vacinas foram produzidas em tempo inédito e estão chegando aos seres humanos, mesmo sob a eterna confrontação dos anticiência, derrotando-os e desobstruindo o caminho da civilização. Não podia ser diferente, nunca será diferente, pois é assim que avança a humanidade. A ciência superou o obscurantismo. Os pró-ciência venceram a anticiência, mais uma vez. A curiosidade, o conhecimento e a testagem são os motores da evolução humana.
Assim superamos a Era das Cavernas, senão estaríamos ainda friccionando pedras e paus e nos espantando com o fogo. Montamos a tenda, aprendemos a plantar, criamos hieróglifos, evoluímos para o pergaminho, estabelecemos códigos, leis e tribunais e instalamos o Senado e a Câmara. Assim elaboramos as químicas e curamos pestes, deduzimos a física e afastamos o misticismo, organizamos as cidades – definindo regras, direitos e deveres -. inventamos a máquina a vapor, a aperfeiçoamos para a produção em série e chegamos à Lua. Estamos hoje na Era Virtual.
De quando em quando, surgiram os “aloprados”, apropriando-se do poder, massacrando seus povos e outras nações, dando passos atrás. Perderam, foram punidos pela força mais bruta e estão na história em papel desonroso. O curso da história não tem retorno, porque a civilização sempre vence, pois tem a ciência como aliada. O conhecimento é o farol da humanidade: “iluminados” e “alienados” não conseguirão interromper o seu avanço, como nunca conseguiram.
Desses tempos em tempos, superamos eras de ódio, divisão, incertezas e negação. Como diz a lenda do rei, para a glória e para a infâmia, “tudo passa”, embora não haja como reparar o mal que foi feito. É o que assistimos neste momento: o ocaso dos aloprados. Começam a cair os insanos e desvairados. Por vontade do povo, o mais poderoso tombou, não sem usar de desesperadas atitudes para ficar, como se insurgir contra as instituições. Será julgado pelo mal que incorporou no país mais poderoso. A história não perdoa.
Nesta segunda-feira (25), o Senado dos EUA inicia o julgamento do impeachment pós-mandato de Donald Trump, o lado prático da história. A sua cassação e a inelegibilidade política, caso se confirmem, serão a inviabilização da volta ao estado irracional das coisas – as ideias, o desconhecimento, as imitações e as consequências -, sem descarte de julgamentos judiciais criminais e civis. O impeachment pode ser o começo do Nuremberg de Trump; o perdão, entretanto, será o livramento do caminho para a continuidade do insano, o retorno de quem o incorpora e os plágios.
Perdão é a vitória da impunidade, se o mal é voluntário. Estimula os que são da caverna, os inquisidores e místicos; é a negação da justiça e a convivência com a intolerância que te devorará. Em política, o mal de hoje será o mal de amanhã se não houver punição. O mundo espera que o Senado dos EUA termine o que a Câmara começou: punir o mau, repudiar o mal feito e ser exemplo de “punidade” para os aloprados da era contemporânea.