80 anos do pesqueirense Paulo Diniz
Andréa Galvão*
Em 25.01.2021
O filósofo alemão Friedrich Nietzsche disse certa vez: “A vida vai ficando mais dura, perto do topo”. Tal máxima se encaixa perfeitamente na trajetória de Paulo Diniz.
Nascido em Pesqueira, no agreste pernambucano, no dia 24 de janeiro de1941, ele experimentou todas as agruras de uma criança pobre do interior e nas suas descidas e subidas na ladeira do Prado, talvez nunca tenha ouvido falar nesse filósofo. A verdade é que ele começou a trabalhar muito cedo. Aos 12 anos de idade empregou-se na Fábrica Peixe. Era uma alternativa para sobreviver e ajudar em casa.
Mas aquele trabalho ainda era pouco para o menino. Tal qual um passarinho inquieto, sabia que teria que voar alto para entrar em alguma janela aberta, uma vez que as portas nunca se abriram direito em sua terra natal.
Migrando para a capital pernambucana, Recife, cantou em bar, foi ator, locutor de casas comerciais e depois de rádio. Até trabalhos como ator ele fez e isso o levou até as grandes cidades como Fortaleza e Rio de Janeiro.
O trampolim para o sucesso foi quando aproveitou a ebulição da Jovem Guarda e gravou o “Chorão”, em 1966. Pronto! Foi a oportunidade do pesqueirense se fazer conhecido. Desde então emendou um sucesso no outro: “Pingos de Amor”, “Um Chopp pra Distrair”, “Como?”, e muito mais. Musicou poemas de escritores famosos. “E Agora José?”, de Carlos Drummond de Andrade, foi um deles.
Na terrinha esteve vez ou outra para se apresentar e nunca mais apareceu. Mas isso não diminuiu em nós a vontade de admirar nem de desejar que haja muitos janeiros para celebrar sua vida! Salve o talento do nosso Paulo Diniz!
Foto destaque: blog do João Alberto