O grito do silêncio

Por

Jairo Lima*

Em 20.02.2021

Dizem os mais pessimistas que o mundo não tem mais jeito, que o mal triunfa sobre tudo e sobre todos e que, portanto, cada um que procure “viver” aproveitando tudo da melhor maneira possível, gozando todas as facilidades ofertadas por um mundo de prazeres.

Ledo engano. Afora os que caem nesse canto de sereia, sucumbindo às tentações dos gozos imediatos através das orgias, da busca de sentido em futilidades, da corrupção que facilita aos preguiçosos a consecução dos bens materiais mais facilmente, há uma força silenciosa ocupando os quatros cantos do mundo; uma voz crescente que reverbera em todos os recantos de maneira discreta, mas com capilaridade que ultrapassa qualquer estratégia outra que siga na contramão do objetivo desse orbe.

A Terra, essa magnifica, poética e magistral construção não foi concebida para ser um eterno presídio, um Aníbal Bruno em grande escala. Tudo por aqui tem uma finalidade divina, um objetivo que aos poucos vai mostrando-se. Nada deterá esse Novo Mundo, nenhuma desordem (pessoal ou coletiva) terá força o suficiente para impedir o progresso da humanidade. Isso é Lei Natural.

A cada tempo da humanidade, mesmo sob dores, bem como pelo impulsionamento da sabedoria que muitos buscam trilhar, surgem novos entusiastas do bem, novos soldados da caridade e da empatia. Obviamente, aos olhos de quem tem olhos para ver.

Hoje, as nações deixaram de falar em guerras pra colocarem nas suas pautas o dialogo da cooperação. Os homens antes tidos como insensíveis, estão aos poucos compreendendo a percepção dos ganhos na prática do amor. Daí estão mais humanos, melhores pais e amigos,  já enxergando quão belo é uma flor desabrochando.

A caridade se espalha em velocidade magnifica mundo afora. Em todos os quadrantes surgem frentes que compreendem que ninguém sozinho constrói alguma obra sustentável. A ciência vem retirando aos poucos as máscaras do orgulho e boa parte do seu ativo de militantes já estão na fileira da compreensão de que o nada tem força alguma, que tudo que tem efeito tem a sua causa primaria e em sendo assim, há uma Inteligência Superior que a tudo rege, equilibrando cada coisa, cada ser, cada vida aqui na terra e alhures, acima de nós.

Jairo Lima é pós-graduado em Gestão Pública e membro da Academia Cabense de Letras.

Foto destaque: internet