Pandemia leva 65% dos países pobres a cortar orçamento para educação
ONU News
Em 23.02.2021
Dados constam de relatório do Banco Mundial e da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco; em nações de rendas alta e média alta, a redução foi em apenas um terço.
A crise global de Covid-19 afetou em cheio os orçamentos para educação em países de rendas baixa e média baixa.
Em geral, o auxílio para o setor cresceu 21% nos últimos 10 anos com apenas um período de cortes, entre 2010 e 2014, com os efeitos da crise financeira global.
Desde 2014, os investimentos se recuperaram aumentando 30% num recorde de quase US$ 16 bilhões em 2019.
Mas com a pandemia, o cenário mudou e mais de 65% dos países mais pobres estão reduzindo o orçamento para as escolas, o que deve provocar um impacto negativo nos próximos anos.
Os dados são do relatório do Banco Mundial e da Unesco, Monitor do Financiamento para Educação, EWF na sigla em inglês.
Segundo os organizadores do documento, os números também indicam as grandes disparidades entre os países ricos e pobres e como o sistema de educação é gerenciado.
Diferenças
Antes da crise global da Covid-19, nações de renda alta investiam o equivalente a US$ 8,5 mil por criança ou jovem matriculados. Já nos países pobres, este gasto era de US$ 48. Com a pandemia, as diferenças aumentaram.
O relatório também alerta sobre o risco de um colapso dos recursos necessários para o setor e até mesmo sobre o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.
O financiamento externo é crucial para o apoio à educação nos países mais pobres.
Mas com a crise, os países doadores devem canalizar essa ajuda para suas próprias necessidades domésticas. Além disso, a saúde e outras emergências também precisam de financiamento.
A previsão do Banco Mundial é de uma queda de pelo menos US$ 2 bilhões no auxílio à educação se comparado aos pontos altos 2020, e sem retornar aos patamares de 2018 por pelo menos mais seis anos.
América Latina e Caribe
Em nota separada, a Comissão Econômica para América Latina e Caribe, Cepal, divulgou um novo relatório sobre o impacto do coronavírus nas taxas de mortalidade da região.
Em sua nova edição do Observatório Demográfico da América Latina e do Caribe, 2021, a Cepal afirma que a pandemia golpeou as melhorias registradas em índices de expectativa de vida e criou retrocessos em alguns indicadores.
Desde a primeira notificação da Covid-19 no Brasil, em 25 de fevereiro de 2020, a pandemia tem causado inúmeros desafios econômicos e sociais para a região que afetam a luta contra a pobreza, a desigualdade, proteção social e saúde.
Os 10 países com mais e menos mortes
O Observatório revela que os 10 países com o maior número de mortes pela Covid-19 até 31 de outubro passado para cada 100 mil habitantes são: Brasil, Peru, Bolívia, Chile, Equador, México, Argentina, Panamá, Colômbia e Bahamas.
Já as nações que registram menos mortes são: Curação, Cuba, Uruguai, Antigua e Barbuda, Jamaica e Trinidad e Tobago.
As taxas de óbito são maiores em grupos de pessoas idosas e em lugares com sistemas de saúde precários.
Foto destaque: Unicef Costa Rica/Priscilla Mora –