A vida dos outros aos outros pertence

Por

Andréa Galvão*

Em 28.06.2021

Tão simples como dois e dois são quatro! Se este entendimento fizesse morada na cabeça de muitos, não haveria espaço para injustiças de toda ordem, preconceitos, xingamentos e crimes diversos.
Hoje é um dia importante. Havemos de convir que há pouco para celebrar e muito para conscientizar. O porquê? A orientação sexual de cada um é problema de cada um. Raríssimas vezes li em jornais, sites, revistas e afins algo que detalhasse e discutisse a vida íntima de um heterossexual. Então, o que legitima a mesma  discussão ou rejeição por parte de quem não se encaixa nesse padrão? Partindo deste princípio, penso que essa é uma causa de todos, pelo menos daqueles que são empáticos e nisso eu me encaixo.
O 28 de junho tornou-se um dia importantíssimo porque esclarece, alenta e encoraja. Também conhecido como Dia Internacional do Orgulho LGBTIQA+ (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Pessoas Intersexo), ou simplesmente Dia do Orgulho Gay, esta data tem o principal objetivo de lembrar a população sobre a importância do combate à homofobia para a construção de uma sociedade livre de preconceitos e igualitária, independente do gênero.
Esse movimento surgiu depois da Rebelião de Stonewall, em 1969, quando os homossexuais que estavam nos bares de Nova York enfrentaram a polícia. Comumente eles eram presos, sofriam represálias por parte das autoridades, eram constantemente desrespeitados e até cruelmente assassinados. Depois desse evento, protestos eclodiram em diversas partes dos EUA e em 1970 foi organizada a 1° Parada do Orgulho Gay. Paulatinamente a ideia se propagou mundo afora. Tudo isso para fortalecer o movimento de combate ao preconceito.
Explicado o histórico da data, é necessário que saibamos respeitar a diversidade que nos cerca bem como a vida de cada um. Em tempos tão sombrios “Qualquer maneira de amor vale à pena, qualquer maneira de amor valerá”, como canta o genial Bituca (Milton Nascimento). Que os versos dele virem máxima, virem mantra e virem Lei.

*Andréa Galvão é professora de Língua Portuguesa e Arte no Colégio Santa Dorotéia, revisora ortográfica e redatora. É membro da Sociedade dos Poetas e Escritores de Pesqueira e da Academia Pesqueirense de Letras e Artes.

Foto destaque: Pix Mídias