Os pais dos nossos pais

Há quem ache a convivência com  os avós absolutamente dispensável. Há quem jamais tenha conhecido os seus e há ainda aqueles que julguem um privilégio poder existir pertinho deles.

Os que se encaixam na terceira opção desfrutam de um amor intenso, recheado de mimos e cuidados e isso nem sempre os pais podem nos dar porque o trabalho lhes roubam o tempo precioso que eles acham que não passa, ou mesmo pensam que vão nos estragar, distribuindo doçura a qualquer hora e em doses cavalares.

Na realidade, essa troca molda a personalidade do(a) neto(a) e supre de afeto as lacunas existentes nos corações daqueles que já não tem tanta obrigação de se doar a quem quer que seja.

Eu fui agraciada por ter os meus avós ao alcance dos olhos e da mão, e posso assegurar que coisa melhor não há. Os paternos ensinaram-me muito com o comportamento e também na transmissão das heranças culturais. E a minha avó materna foi o modelo de conduta a ser copiado até hoje, a minha  protetora e amiga, a que adivinhava os meus pensamentos só de olhar pra mim e se aventurava em atender todos os meus desejos.

Afinal, que espécie de mistério há nas avós maternas? Elas conseguem ser o milagre da multiplicação em pessoa. Ter mãe é muito bom e ter avó materna é ter duas mães, o que nunca consistirá num excesso. Em 26 de julho convencionou-se celebrar O Dia dos Avós em quase todo o mundo, em virtude do dia de São Joaquim e Sant’ Ana, os pais da Virgem Maria e, por conseguinte, Avós de Jesus Cristo, segundo o Evangelho.

Além daquele presentinho dado, da ligação ou chamada de vídeo que os inunda de alegria, deixemos nosso agradecimento por tudo que representam, e emanemos sentimentos bons para os que já partiram para a eternidade. Que essa linda relação seja sempre benéfica, comemorada sem precisar de calendário, longeva e infinitamente feliz!

*Andréa Galvão é professora de Língua Portuguesa e Arte no Colégio Santa Dorotéia, revisora ortográfica e redatora. É membro da Sociedade dos Poetas e Escritores de Pesqueira e da Academia Pesqueirense de Letras e Artes.

Foto destaque: ES Brasil