Fake news e o medo que ela causa às crianças

Por

José Ambrósio dos Santos*

Em 20.09.2022

Tive ontem (segunda 19.09) a minha primeira experiência de tio em uma sala de aula, no Colégio Evolução, em Candeias, Jaboatão dos Guararapes (PE). A convite da professora Ana Beatriz, do 1º Ano A, falei sobre a importância do jornalismo para as relações sociais. O público, 25 crianças com idade entre seis e sete anos. Entre elas a minha netinha Letícia e o seu primo Bernardo.

Depois de falar sobre os diversos veículos de comunicação – de antes e dos atuais – com muita interatividade da criançada que conhecia todos os meios, ressaltei que hoje em dia a comunicação está muito mais rápida e ágil. Disse que o que acontece no Japão – do outro lado mundo – a gente toma conhecimento no mesmo instante.

Foi quando alertei para  a necessidade de se ter muita atenção com as notícias, sobretudo as que nos chegam pelas mídias sociais, não necessariamente produzidas por jornalistas. E destaquei uma palavra não conhecida pela maioria ou mesmo a totalidade, a ética. A curiosidade foi geral: “o que é ética, tio”, perguntavam em coro.

Comecei explicando que ética tem a ver com comportamento e elas rapidamente entenderam. Historinhas logo surgiram. Expliquei que a ética molda o caráter da pessoa e da(o) profissional, ressaltando ser ela (a ética) muito importante para o jornalismo. Disse haver pessoas que atropelam ou se esquecem da ética e se tornam maus profissionais.

E fui direto no exemplo, citando a famigerada fake news. A reação foi geral. Todas e todos tinham compreensão do seu significado e do mau que a fake news pode causar às pessoas. Bernardo foi enfático: “Fake news é mentira e bota medo nas crianças”, disse gritando do fundo da sala.

Parabenizei a turma e a professora e ressaltei que o jornalismo sério, verdadeiro, feito com ética, informa e ensina. Já a fake news desinforma, confunde, mente, atrapalha e prejudica, de modo que quem assim age não está contribuindo adequadamente para as relações sociais, que devem sempre buscar o bem coletivo, a harmonia.

Minha experiência de tio foi muito rápida, apenas meia hora, mas o suficiente para entender o quanto podemos aprender com as nossas crianças, como elas estão ligadas nos acontecimentos e o que elas esperam dos ‘adultos’.

*José Ambrósio dos Santos é jornalista e membro da Academia Cabense de Letras.