Crônicas

Amaro Matias, educador de gerações

Jénerson Alves*

Em 02.12.2022

Neste ano, comemoramos o centenário do professor Amaro Matias Silva, um dos maiores intelectuais de Pernambuco. Ele nasceu em Água Preta, na Zona da Mata Sul, no dia 21 de fevereiro de 1922. Sociólogo, estatístico, advogado, jornalista, poeta, poliglota (fluente em francês, espanhol, inglês e latim), defensor do tupi-guarani e, sobretudo, professor.

Cultor da heráldica, desenvolveu brasões, escudos e bandeiras de inúmeras instituições. A propósito, foi o autor da bandeira de Caruaru, oficializada pelo decreto nº 09/72, de 13 de maio de 1972. À época, o então prefeito Anastácio Rodrigues registrou: “O trabalho de Vossa Senhoria se credencia ao respeito e à gratidão dos caruaruenses desta e das futuras gerações, sendo um marco de bravura e da capacidade de nossa gente, na luta constante pelo progresso social e econômico”.

O Professor Matias, como era chamado, foi cidadão honorário de municípios como Caruaru, Agrestina, Quipapá, Palmares e Rio Formoso. Escreveu várias obras, como ‘Das Musas de Ontem e de Hoje’ (poesia); ‘Meus Caminhos’ (memórias); ‘Dos Palmares – Extensão, lutas e Fatos’ (histórico sobre “a Troia Negra de Zumbi”,como ele mesmo mencionava); e ‘Aprendendo Nossa Língua Pátria’, uma gramática objetiva sobre “a caçula das línguas neolatinas”, novamente mencionando as palavras do professor. Atualmente, é muito difícil encontrar exemplares dessas obras, a não ser em sebos ou em bibliotecas, como a da Academia Caruaruense de Cultura, Ciências e Letras (Acaccil) – mediante doação do sr. Uaci Matias, filho do polímata.

Amaro Matias faleceu aos 80 anos, no dia 04 de abril de 2002, em decorrência de complicações advindas de um acidente vascular cerebral. Seu nome é eternizado na Capital do Agreste através da Escola Municipal Professor Amaro Matias Silva. Sem dúvida, deixou um legado de inestimável valor, que não pode ser esquecido pelas futuras gerações.

*Jénerson Alves é jornalista e membro da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel. Escreve às sextas-feiras.

Imagem: Divulgação

 

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