Abusos nas redes
Carlos Sinésio*
Em 07.07.2020
O assunto não é novo, mas continua mais atual do que nunca. Refiro-me ao (mau) uso das redes sociais por pessoas que parecem não ter a mínima noção de respeito, em todos os sentidos, com relação aos outros. Os abusos são sérios e merecem, não só uma reflexão, mas também uma autocrítica, em muitos casos.
Todos os dias nos deparamos com gestos e atitudes ou vivenciamos momentos desagradáveis, simplesmente porque pessoas fazem uso indevido das redes, agem de forma desrespeitosa, grosseira, agressiva. Vimos atitudes de pessoas – antes tolerantes e respeitosas – que descobriram a internet e as redes para deixar cair a máscara.
Geralmente, esse comportamento parte de pessoas que não aceitam o contraditório, não respeitam quem discorde dos seus pontos de vista, da sua ideologia ou coisas afins. Posam de democratas, mas guardam em si características ditatoriais e insuportáveis.
Por conta disso, é comum termos que desfazer amizades para evitar que os desentendimentos se agravem e só tragam dissabores, irritações, chateações totalmente dispensáveis. A falta de bom senso, por parte de muitos usuários das redes, é constrangedora.
Se você posta numa página sua (Face ou Instagram, por exemplo) um texto sobre determinado assunto, sem que nele agrida diretamente ou cite o nome de alguém, qual o direito que esta pessoa tem de te agredir, te xingar, te destratar? Nenhum, creio. Se você não está ofendendo, outra pessoa não tem o direito de fazê-lo gratuitamente.
Uma pessoa pode (e até deve, muitas vezes) discordar, ponderar ou divergir das nossas ideias, mas jamais nos xingar ou dirigir qualquer agressão gratuita. Não deve sair do campo das ideias e partir para querelas e questiúnculas pessoais. Afinal, a página é nossa, e ninguém é obrigado a segui-la.
Outro ponto que merece destaque é quanto a inconveniência de nos marcar em postagens que não nos interessam. Marcar alguém para postar algo numa das suas redes só com autorização, para evitar constrangimentos. Numa página nossa, somente nós devemos postar conteúdo, a não ser que outra pessoa tenha prévia autorização para isso. Vamos ser prudentes.
Não se deve esquecer do WhatsApp, né? É um perigo. Mandar mensagens inconvenientes em horários inoportunos é um tiro no pé. Depois das 22 horas, então… Mais uma vez lembro que há as exceções de praxe. Coisas que são urgentes, não pode esperar o dia amanhecer. Tem as pessoas com quem nos comunicamos em horários específicos por motivos específicos. Mas quem gosta de receber mensagem de trabalho tarde da noite ou de madrugada, quando não é nada urgente? Se pode esperar, deixa para o horário adequado. Não vamos incomodar para não sermos incomodados.
Existem regras e etiquetas para a boa utilização das redes sociais, de forma comedida e respeitosa. Não custa nada dar uma olhada nelas para basearmos e sabermos dos nossos limites. Um link que pode ser consultado é https://www.familia.com.br/7-r
Sabemos que cometemos falhas e ultrapassamos certas vezes os limites do ponderável. Mas vamos fazendo autocrítica e tentando nos disciplinar para usarmos cada vez melhor nossos canais de comunicação na Internet, sem sermos tão inconvenientes.
Aliás, vez por outra podemos perguntar a amigos se estamos sendo inoportunos ou inconvenientes no envio ou postagem de conteúdo. Pelo menos, estaremos de olho em nós mesmos. Fazendo isso, erraremos menos e evitamos aborrecimentos. Estaremos contribuindo para o uso mais racional das redes e cultivando as boas relações.
*Carlos Sinésio é jornalista. Escreve às terças-feiras.
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do blog Falou e Disse.
Muito oportuno esse texto!