Álvaro Lins, o gênio de Caruaru

Por

Jénerson Alves*

Em 17.02.2023

Propositadamente, o título deste artigo é o mesmo da biografia de Álvaro Lins escrita por Nelson Barbalho. A obra acaba de ser lançada pelo Centro de Estudos e História Municipal, e expõe múltiplas facetas de um dos maiores intelectuais do País de Caruaru e – também – do Brasil.

O consultor cultural Walmiré Dimeron, na orelha do livro, afirma: “Aqui, encontramos todas as faces de Álvaro, e, por conseguinte, as faces da pacata Caruaru, seu ‘feliz chão das traquinagens’. (…) Numa incursão, o leitor acompanha todos os outros passos do biografado: os impulsos da juventude que o fizeram poeta, jornalista, professor até a sua trajetória adulta, como implacável intelectual e imortal de renome”.

Para se ter uma ideia, Carlos Drummond de Andrade chamou Lins de “imperador da crítica brasileira”. Contemporâneo dos autores modernistas, a identidade nacional foi tema de sua reflexão. Nomes como Graciliano Ramos, Clarice Lispector e Augusto dos Anjos foram apresentados ao grande público por causa do crítico literário. Apesar de otimista com relação à Semana de Arte Moderna, ele olhava de soslaio para o que chamava de “desprezo deliberado e voluntário” por parte de alguns modernistas.

No contexto hodierno, a publicação dessa biografia lança luzes sobre o caruaruense que, nas palavras do professor Rodrigo Gurgel, “foi esquecido no limbo em que vagam os críticos desobedientes às cartilhas do marxismo, do estruturalismo e de outros ismos”. E Gurgel conclui: “Crítico que não se refugiava sob o verniz do jargão acadêmico, norteado pela ética e disposto ao diálogo, Álvaro Lins é o intelectual por excelência, obrigatório nos dias de hoje”.

*Jénerson Alves é jornalista e membro da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel. Escreve às sextas-feiras.

Imagem: Divulgação