OMS: pandemia de COVID-19 é ‘uma grande onda’, não é sazonal
Agência OMS
Em 30.07.2020
O vírus da COVID-19 provavelmente não será afetado pelas mudanças de estação, como outras doenças respiratórias, informou a agência de saúde da ONU na terça-feira (28), pedindo mais respeito às medidas de distanciamento físico para impedir sua propagação.
“As estações não parecem estar afetando a transmissão desse vírus”, disse Margaret Harris, porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“O que está afetando a transmissão são as reuniões de massa, as pessoas se reunindo sem distanciamento social, não tomando as precauções para garantir que não estejam em contato próximo.”
A OMS relatou na terça-feira 16.301.736 casos confirmados de COVID-19, incluindo 650.069 mortes.
As Américas continuam sendo o epicentro regional, com mais de 8,7 milhões de casos, seguida por Europa (3,2 milhões), Sudeste Asiático (1,8 milhão), Mediterrâneo Oriental (1,5 milhão), África (712.920) e Pacífico Ocidental (291.993).
Durante coletiva de imprensa virtual, Harris observou que os surtos mais intensos continuam sendo registrados nos Estados Unidos, que está na metade do verão.
O Brasil também teve altas taxas de infecção, apesar de ser um país equatorial, continuou a porta-voz da OMS.
Voltando-se aos países do Sul Global, Harris observou que, mesmo durante o inverno, há aumentos nas taxas de infecção por COVID, mas baixos registros de influenza.
“Agora, o interessante é que estamos vendo nessas amostras altos níveis de COVID-19, mas não estamos vendo altos níveis de influenza no momento. Portanto, esperamos uma temporada de gripe posterior no Hemisfério Sul.”
O desenvolvimento está alinhado com a atualização mais recente da OMS sobre gripe, indicando que, globalmente, a atividade da gripe está atualmente em níveis abaixo do esperado.
Em áreas temperadas do Hemisfério Norte, a atividade da gripe “voltou aos níveis inter-sazonais”.
Nos países de Caribe, América Central, América do Sul, África tropical, Sul e Sudeste da Ásia, o boletim da OMS relatou que houve apenas casos esporádicos de influenza ou nenhum caso detectado.
Avaliando o impacto nos países que enfrentam a COVID-19 e a gripe ao mesmo tempo, a porta-voz da OMS respondeu se uma “mistura” de doenças respiratórias poderia ser problemática.
“Isso seria uma preocupação, porque se você tem um aumento de doenças respiratórias quando já existe uma carga muito alta de doenças respiratórias, isso pressiona ainda mais o sistema de saúde”, disse ela.
‘Uma grande onda’
Harris também recuou na percepção de que uma doença respiratória pode ir e vir em várias ondas.
“Será uma grande onda”, disse ela. “Vai subir e descer um pouco … o melhor é achatá-la e transformá-la em algo pequeno. Mas, no momento, primeira, segunda, terceira onda, essas coisas realmente não fazem sentido e não estamos definindo dessa maneira.”
Questionada sobre a posição da OMS sobre cobrança pelos testes de COVID-19, a funcionária da organização explicou que esta é uma decisão dos países.
“Agora, fazemos o possível para incentivar todos os países a testarem, porque o teste é absolutamente essencial”, disse ela. “Você não sabe em que estágio está o surto se não testar pessoas. E também incentivamos todos os países a tornar o acesso aos testes amplo e disponível.”