Catástrofe nuclear ainda é ameaça, alerta secretário-geral da ONU

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Redação

Em 26.09.2020

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou hoje, em mensagem para marcar o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, neste sábado 26, que o mundo “continua a viver à sombra de uma catástrofe nuclear.”

“As relações entre os Estados que possuem armas nucleares são caracterizadas por divisão, desconfiança e ausência de diálogo”, disse Guterres, destacando que  “à medida que cada vez mais optam por buscar a competição estratégica em vez da cooperação, os perigos das armas nucleares estão se tornando mais agudos.”

Ele afirmou que o uso dessas armas afetaria todos os Estados-membros, por isso todos têm a responsabilidade de procurar que esse armamento nunca mais seja usado ​​e seja eliminado dos arsenais nacionais.

A busca pela eliminação dos arsenais nucleares vem desde 1946, um ano após a Segunda Guerra Mundial, quando a Assembleia Geral da ONU adotou sua primeira resolução comprometendo as Nações Unidas com a meta do desarmamento nuclear.

Apesar desse compromisso, nos dias de hoje ainda existem cerca de 13,4 mil armas nucleares. Além disso, vários países têm planos de longo prazo bem financiados para modernizar seus arsenais.  Mais da metade da população mundial ainda vive em países que possuem essas armas ou são membros de alianças nucleares. 

De acordo com as Nações Unidas, ainda existem cerca de 13,4 mil armas nucleares, ONU News/Nargiz Shekinskaya

Embora o número de armas tenha diminuído consideravelmente desde o auge da Guerra Fria, nenhum dispositivo nuclear foi fisicamente destruído. Guterres ressaltou que não existe, no momento, nenhuma negociação de desarmamento. E defendeu que os Estados-membros que possuem estas armas liderem a retomada de um diálogo real e de boa fé para restaurar a confiança e a segurança.  “Estes países devem reafirmar o entendimento comum de que uma guerra nuclear não pode ser vencida e não deve ser travada.”

Ruínas de Nagasaki a cerca de 800 metros do hipocentro da explosão da bomba atómica em meados de outubro de 1945., by Foto: ONU/Shigeo Hayashi

O secretário-geral disse que a morte, o sofrimento e a destruição causadas ​​pelos ataques em Hiroshima e Nagasaki, no Japão, não devem se repetir. Segundo ele, “a única garantia contra o uso dessas armas horríveis é sua eliminação total.” Com informações da ONU News.

Foto destaque: Governo EUA – Teste nuclear no Atol Enewetak, nas ilhas Marshall, Estados Unidos, em 1 de novembro de 1952.