Cultura popular, teu nome é Minervino Ozório
Andréa Galvão*
Em 21.10.2020
Este colorido do traje junino que ele vestia todo ano agora contrasta com o cinza-nublado que pintaram nos nossos corações, em razão da sua partida.
Minervino Ozório era filho adotivo de Pesqueira. Nascido em Buíque no ano de 1927, chegou à nossa cidade com apenas 15 anos. Perdera o pai muito cedo e alguém falou em sua terra natal que havia uma fábrica por aqui que dava emprego a muita gente. Tantas vezes eu o vi contar essa história com brilho nos olhos! Foram 35 anos de trlbalho e dedicação às Indústrias Alimentícias Carlos de Brito (A Fábrica Peixe). Amigo dos amigos, treinador do time União Peixe, lá ele foi muito mais do que um simples funcionário.
Indubitavelmente o capítulo mais importante dessa rica biografia foi o seu amor pela cultura. Era músico, compositor, dramaturgo, poeta da Sociedade dos Poetas e Escritores de Pesqueira (SOPOESPES), escritor com livros publicados e criador do maior casamento matuto a cavalos do Brasil.
Como conceber uma tarde de 23 de junho sem Minervino Ozório? Com lágrimas nos olhos, respondo que é impossível. O que nos resta diante da perda é nos apegar a esse legado indelével. Felizmente a Arte tem esse nobre papel, ela nos imortaliza nas nossas criações.
O seu sofrimento cessou, Minerva! Vai andar livremente no seu cavalo pelas veredas do céu. Você viverá para sempre em cada um de nós, pesqueirenses!
*Andréa Galvão é professora de Língua Portuguesa e Arte no Colégio Santa Dorotéia, revisora ortográfica e redatora. É membro da Sociedade dos Poetas e Escritores de Pesqueira e da Academia Pesqueirense de Letras e Artes.
Nota do editor: Minervino Ozório faleceu no dia 13 de outubro, vítima de Covid-19.