Judite Decapitando Holofernes

Por

Jénerson Alves*

Em 06.11.2020

Uma das principais referências do Barroco italiano, Artemisia Gentileschi nasceu em Roma, na Itália, no ano 1593. Uma de suas obras mais conhecidas é ‘Judite Decapitando Holofernes’, pintada entre 1614 e 1620, retratando o episódio em que o general assírio foi morto por Judite, que libertou os judeus do jugo pagão.

A obra mostra um esforço físico claro na face das mulheres, contra um homem que quer resistir à morte. Diferentemente de outros quadros que retratam a mesma cena, a obra de Gentileschi destaca a força feminina. Certamente, porque a artista está, de certa forma, pintando a si própria na figura de Judite, e o pintor Agostino Tassi, seu estuprador, como Holofenes.

Outra obra famosa é ‘Maria Magdalena’, uma pintura redescoberta em 2011, datada entre 1613 e 1620. Outros artistas apresentam Magdalena com uma expressão de contemplação ou remorso por uma vida de pecado, mas Artemísia a retrata com um ar de satisfação enquanto se rende ao Senhor Deus.

Reprodução da tela Maria Magdalena, de Artemisia Gentileschi

O ombro descoberto simboliza um pouco da sensualidade da mulher retratada. A cabeça curvada para trás e o leve sorriso indicam a alegria por ter encontrado um caminho de paz, perdão e justiça. Com os olhos fechados, a mulher de Magdala não olha para uma luz externa, mas para dentro de si mesma, onde encontra o espírito do Salvador. Talvez nesta representação, Artemísia também retrate um pouco de si mesma: uma mulher que enfrentou desafios gigantescos, mas encontrou força para vencer através da luz celeste que irradiava dentro de seu coração.

*Jénerson Alves é jornalista e membro da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel. Escreve às sextas-feiras.

Foto destaque: Reprodução da tela ‘Judite Decapitando Holofernes’, de Artemisia Gentileschi.