Desafios dos prefeitos

Carlos Sinésio*

Em 17.11.2020

Os prefeitos eleitos nesse domingo e os que ainda serão no segundo turno (29 deste mês) terão enormes desafios pela frente. Além das obrigações normais e urgentes, como limpar as cidades, manter o funcionamento das áreas de saúde e educação e honrar o pagamento da folha de pessoal, há agora a pandemia da Covid-19, que exigirá ainda mais de todos os gestores até que seja, de fato, controlada. Isso sem falar na escassez de recursos na maioria das prefeituras, principalmente naquelas situadas nos grotões do Norte e do Nordeste.

Os prefeitos reeleitos e os novatos têm agora o dever de cumprir o que tanto prometeram na campanha, pois a população, cada vez mais bem informada e politizada, certamente vai cobrar pra valer. Aliás, as pessoas devem exercer mesmo esse papel de cobradoras de responsabilidades, ao invés de serem apenas cobradas para pagar exagerados impostos sem ter o devido retorno dos recursos recolhidos aos cofres públicos.

Mas, como foi citado acima, a novidade para as novas administrações será mesmo o combate à Covid, doença que continua contaminando e matando muita gente no Brasil e no mundo. Enquanto a população não for totalmente imunizada por uma vacina eficiente, ninguém pode ou deve vacilar para não adoecer ou mesmo morrer, como já aconteceu com milhares de pessoas em Pernambuco, no Brasil e no Mundo.

Como se sabe, é possível ocorrer uma chamada segunda onda da doença por aqui, como acontece agora em outros países europeus. Os gestores municipais vão precisar estar focados no combate à doença, pois ela é capaz de causar enorme destruição em todos os aspectos, inclusive econômicos. Os prefeitos terão, por exemplo, que administrar a questão das aulas presenciais na rede municipal, decidir se elas vão voltar de fato no início de 2021 ou se serão on line. Ou mesmo se não haverá aulas.

Como se vê, nada será fácil para os prefeitos verdadeiramente responsáveis e que querem fazer um bom trabalho em benefício de todos, sem discriminação aos opositores. Que os gestores não venham só com desculpas simplórias de que não há recursos para realizar ações e construir obras importantes. Afinal, todos sabem desde sempre das dificuldades vividas pelos municípios, e para superar essas carências prometeram ser competentes e criativos.

Em janeiro, será chegada a hora dos novos gestores trabalharem e serem cobrados pela sociedade. Aos eleitos, parabéns e desde já sucesso na missão que honrosamente receberam dos eleitores. Aos que perderam, muitos merecidamente, vale o consolo de que daqui a quatro anos haverá eleições municipais de novo.

*Carlos Sinésio é jornalista com 35 anos de profissão. Trabalhou nos jornais O Globo, Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco. Foi assessor de comunicação em diversas instituições públicas e privadas e repórter freelance no jornal O Estado de S. Paulo e na IstoÉ. Atua na TV Alepe. Escreve às terças-feiras.

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Foto destaque: cbnsaocarlos.com.br