Atriz Nicole Kidman participa de evento na ONU contra a violência de gênero
ONU News
Em 25.11.2020
Embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres leva mensagem à reunião com secretário-geral e representantes de agências incluindo o Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa); este 25 de novembro é o Dia Internacional para Eliminação da Violência a Mulheres e o início da campanha 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero.
Pelo menos 243 milhões de mulheres e meninas foram vítimas de violência no ano passado. E o autor era um parceiro ou pessoa íntima. Desde a pandemia, o número de chamadas para linhas de apoio a vítimas de violência doméstica aumentou até 500%.
Estes são alguns dos alertas da ONU neste Dia Internacional para Eliminação da Violência a Mulheres. Para marcar a data, a organização realiza um evento virtual com a participação da atriz e embaixadora da Boa Vontade, Nicole Kidman, e outros convidados.
Campanha
Desde o início da pandemia, todos os tipos de violência contra mulheres e meninas se intensificaram. Para a ONU, a crise é uma espécie de “pandemia paralela”.
Segundo os dados, menos de 40% das mulheres que sofrem violência denunciam o caso ou buscam ajuda.
Desde o início da crise de saúde, em alguns países, o número de chamadas para linhas de apoio a vítimas da violência doméstica aumentou até cinco vezes.
Neste 25 de novembro, embaixadores da boa vontade, agências da ONU e o secretário-geral apelam para um esforço coletivo global para combater a ameaça.
Além de António Guterres, participam a diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, a diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa, Natalia Kanem, e a embaixadora da Boa Vontade Cindy Bishop.
Direitos humanos
Em mensagem, o secretário-geral da ONU afirma que a violência a mulheres e meninas “constitui uma ameaça aos direitos humanos em nível mundial.”
Para Guterres, “a pandemia da Covid-19 veio confirmar que esta é uma emergência global que requer uma ação urgente por parte de todas as pessoas, a todos os níveis, em todos os lugares.”
Lembre aqui a entrevista da ativista brasileira Maria da Penha à ONU News em 2018:
Impacto
O impacto social e econômico da pandemia lançou um grande número de mulheres e meninas na pobreza, e o risco de serem alvos de violência continua a aumentar.
Em abril deste ano, o secretário-geral apelou à comunidade internacional para acabar de uma vez por todas com a pandemia silenciosa da violência.
Até o momento, 146 Estados-membros assumiram o compromisso. Nos últimos meses, 135 países aumentaram as ações e recursos para enfrentar a violência contra as mulheres como parte da resposta à Covid-19. Neste Dia Internacional, o secretário-geral reitera e renova esse apelo.
Liderança
Guterres afirma que é preciso priorizar a liderança das mulheres na procura de soluções, mas também envolver os homens nesta luta.
Para ele, é “fundamental” que os serviços para as vítimas de violência permaneçam abertos, dotados de recursos e de medidas adequadas para apoiar as respostas sanitárias, sociais e de justiça.
Segundo Guterres, “não basta intervir após o ato de violência contra as mulheres.” É também necessário prevenir a violência, em particular, abordando normas sociais e desequilíbrios de poder. Além disso, a polícia e os sistemas judiciais devem aumentar a responsabilização dos agressores e pôr fim à impunidade.
Campanha
Este ano, os 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero é “Torne o Mundo Laranja: Financie, Responda, Previna, Recolha!”.
O evento termina em 10 de dezembro, quando é marcado o Dia dos Direitos Humanos.
Durante esses dias, a ONU Mulheres irá destacar o depoimento de sobreviventes, ativistas e parceiros, que irão contar o que aconteceu no terreno desde o início da pandemia.
A agência espera que essas histórias “de pessoas que fazem a diferença todos os dias sejam inspiradoras, e mostrem como as pessoas podem agir.”
Tolerância Zero
A ONU Mulheres está pedindo que sejam financiados serviços essenciais sobre violência de gênero e organizações de mulheres, campanhas de mobilização e uma política de tolerância zero e, por fim, que se coletem melhores dados para melhorar os serviços, programas e políticas.
Segundo a ONU Mulheres, quase 18% das mulheres e meninas sofreram violência física ou sexual por um parceiro íntimo no último ano. Estimativas apontam que, a cada três meses de bloqueio, mais 15 milhões de mulheres são afetadas pela violência.
Foto destaque: ONU Mulheres/Kyle Espeleta –