A paz é verbo
Jairo Lima*
Em 29.11.2020
A paz é o verbo que pazea
Que cada um deveria conjugar
Quem pazea a paz vai lhe buscar
Tem sempre rumo, prumo e se norteia
Segue feliz com a vida cheia
De luzes e de serenidade
Caminha ao lado da felicidade
E tudo em sua volta é um encanto
Cada dia que passa é um dia santo
Que o leva sonhando pra eternidade
Quem nesse mundo não quer ter paz? Ora, ter paz significa triunfar sobre quaisquer obstáculos, vencer seja lá qual desafio que a vida nos apresente. A serenidade tem um mecanismo como se fosse um conjunto de alavancas que sai fechando a boca, arregalando os nossos olhos e escancarando os nossos ouvidos e, de quebra, traz para mais próximo da matéria a luz da nossa alma.
Entretanto, apenas TER paz não é o suficiente. Quem tem algo um dia pode perder, daí a perenidade da paz não ser ainda nossa. Se temos picos de paz, momentos de serenidade, equilíbrio, significa dizer que ainda não somos a própria paz.
A paz no seu ápice deve ser algo inquebrantável, inabalável e algo que nos invada diariamente. Claro que entendermos a paz como um verbo, sendo portanto, cada um de nós seu construtor, ainda é um processo que anda conforme o nosso desejo e interesse de vivermos literalmente num ‘céu de brigadeiro’. Paz é conquista, não é benção feito chuva que cai do céu.
A plenitude da paz tem a capacidade de transpor qualquer guerra. Quem de fato pazea, passeia pela vida sempre escutando melódicas sinfonias, vê não mais que as cores lindas e encantadoras ao seu derredor, os aromas mais olorosos inebriantes impregnam o ar que enche os seus pulmões e cada toque, cada sentido tátil é como se fosse uma bola fluídica que se molda em figuras celestiais.
A paz é o encontro que temos com a nossa essência, por isso que ela não nos é estranha, se ajusta ao nosso desejo quase que automaticamente. Impossível aqui experimentarmos a doçura da vida se não buscarmos nas flores do mundo o néctar da paz.
*Jairo Lima é membro da Academia Cabense de Letras e artista plástico.