Mata o véio… mata o véio

Por

Andréa Galvão*

Em 08.01.2021

Dona Covid, você não devia ter levado a sério o que este impagável senhor disse em uma de suas músicas. Logo ele, sempre tão brincalhão e, como o mesmo dizia, “cheio de munganga.”

É, aconteceu! Logo hoje (ontem), dia em que o Brasil contabiliza a triste marca de 200 mil mortos pela Covid-19. Milhares de vidas ceifadas pelo abominável vírus das ruas, ou será que ele também está circulando nas nossas casas? O mais triste é que o nosso alegre forrozeiro é mais um nessa lista.

Genival Lacerda nasceu em 15 de abril de 1931, em Campina Grande (PB), contudo, na década de 50 adotou a capital pernambucana, Recife, construindo a partir dali uma uma carreira sólida com mais de 70 discos gravados. Foram incontáveis sucessos que caíram no gosto popular. Isso mesmo! Ele era gente do povo e representava a nossa região como poucos. Seu figurino chamativo e as letras com duplo sentido abriram caminho para outros intérpretes do segmento que logo fariam sucesso também no Brasil e no mundo. Sandro Becker, Falcão e Tiririca são alguns dos seus discípulos.

O Brasil, já tão fatigado de sofrer, chora mais essa perda. E, no anseio pela tão sonhada vacina, o que nos resta é rezar para que os trâmites que antecedem a imunização sejam agilizados para podermos ter paz e não perder mais nenhuma ‘pedra preciosa’ da nossa cultura. O ano de 2020 já nos desfalcou demais.

Genival, amigo véio, comporte-se no andar superior, viu? Não pergunte de quem é esse jegue e nem fique de olho na boutique de ninguém! Vai com Deus.

*Andréa Galvão é professora de Língua Portuguesa e Arte no Colégio Santa Dorotéia, revisora ortográfica e redatora. É membro da Sociedade dos Poetas e Escritores de Pesqueira e da Academia Pesqueirense de Letras e Artes.