OMS: uma em cada quatro pessoas em países ricos já foi vacinada contra Covid-19
OMS
Em 09.04.2021
Das mais de 700 milhões de doses administradas em todo o mundo, 87% foram aplicadas em países de alta renda ou média-alta; agência está em contato com o governo do Brasil, que teve mais de 4 mil mortes nesta quinta-feira.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que nos países de alta renda, em média, uma em cada quatro pessoas já foi vacinada contra a Covid-19. Já nas nações de baixa renda, apenas uma em mais de 500 recebeu o imunizante.
No total, mais de 700 milhões de doses foram administradas em todo o mundo, com 87% indo para países de alta renda ou média-alta. As nações de baixa renda receberam menos de 0,2%.
Covax
Falando a jornalistas em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que “continua existindo um desequilíbrio chocante na distribuição de vacinas.”
No início do ano, Tedros estabeleceu a meta de vacinação em todos os países. O prazo termina este sábado, 10 de abril. Mas 26 Estados ainda não começaram a campanha.
Desses, sete nações receberam doses e outros cinco esperam os lotes para os próximos dias. Em 14 países, a campanha ainda não começou. Alguns não integram a parceria a Covax, outros não estão prontos ou planejam começar nas próximas semanas.
A Covax já distribuiu 38 milhões de doses em mais de 100 países. A iniciativa esperava distribuir quase 100 milhões de doses até o final de março, mas houve uma redução e a OMS quer recuperar o atraso até maio.
Brasil
A agência também comentou a situação no Brasil, que registou mais de 4 mil mortes por Covid-19 nesta quinta-feira. Na última semana, a alta no número de mortes no país foi de 24%, um ritmo duas vezes maior que a média mundial.
Respondendo a uma pergunta sobre cooperação com governos, Tedros disse que a OMS está em contato com o Governo Federal e que já falou como o novo ministro da Saúde.
Tedros disse ainda que a OMS está em contato com outros representantes do governo e espera que isso “faça avançar a parceria com o governo” brasileiro.
Já o diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, afirma que “como parte da cooperação técnica normal com o Brasil, o escritório do país e os colegas da Opas trabalham muitas vezes diretamente em apoio técnico e operacional ao nível estadual.”
Para ele, nesse momento, a agência tem “um número de equipes técnicas ao nível subnacional”, mas “o envolvimento político continua sendo ao nível federal, o que é apropriada para a organização.”
Segurança
A OMS atua ainda com seus parceiros para acelerar a produção e o fornecimento de vacinas, incluindo a revisão de mais vacinas, como as da Sinopharm, Sinovac e Gamaleya.
A agência continua monitorando a segurança destes imunizantes.
No início da semana, a Agência Europeia de Medicamentos e a Agência de Medicamentos e Outros Produtos de Saúde do Reino Unido disseram que coágulos de sangue deveriam ser listados como efeitos colaterais muito raros da vacina AstraZeneca.
O Comitê Consultivo Global da OMS sobre Segurança de Vacinas revisou as informações disponíveis na Europa e em outras regiões e afirmou que uma relação causal entre a vacina e a ocorrência de coágulos sanguíneos com plaquetas baixas é plausível, mas mais investigação é necessária.
Para Tedros, a OMS e seus parceiros “continuam a acreditar que os benefícios da vacina superam o risco desses efeitos colaterais muito raros” e lembrou que todas as vacinas e medicamentos produzem risco de efeitos colaterais.
Foto destaque: Unicef/Khasar Sandag –