6 países com sistemas de saúde à beira do colapso devido à COVID-19

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Médicos Sem Fronteiras

Em 11.04.2021

A pandemia de COVID-19 está levando sistemas de saúde mais frágeis ao colapso. Assim como vemos no Brasil, o número de casos e mortes continua a aumentar em outros países que atuamos. Nesses locais, com pouca ou nenhuma infraestrutura de saúde, estamos testemunhando profissionais exaustos e hospitais atingido seu limite, sem suprimentos ou pessoal suficientes. Além disso, enquanto nações mais ricas estão recebendo grandes estoques de vacinas, com a intenção de vacinar para além dos grupos prioritários, outros países não terão acesso significativo a essas tecnologias médicas para proteger sequer seus profissionais de saúde da linha de frente por um bom tempo. É extremamente necessário e urgente uma distribuição equitativa de vacinas para evitar um maior custo humano para países de baixa e média renda.

Listamos abaixo 6 países fortemente afetados pelas consequências da pandemia:

1 – Iraque

Foto: Hassan Kamal Al-Deen/MSF

O país de 40 milhões de habitantes é uma das nações mais atingidas pela COVID-19 no Oriente Médio, mas recebeu apenas cerca de 386 mil doses da vacina. Apesar de o aumento do número de leitos para pacientes com a forma grave da doença, a taxa de mortalidade continua alta. “A dor que testemunho todos os dias no hospital é escondida da maioria das pessoas que lotam as ruas. Estamos todos cansados, tanto a equipe médica como os demais profissionais”, disse Omar Ebeid, coordenador de MSF em Bagdá.

2 – Iêmen

Foto: MSF/Hareth Mohammed

MSF está testemunhando um influxo dramático de pacientes graves com COVID-19 que precisam ser hospitalizados em Aden e em muitas outras partes do país. Após seis anos de guerra, o sistema de saúde do Iêmen foi abalado e a capacidade de tratamento na UTI é limitada. Os hospitais chegaram ao limite: faltam suprimentos essenciais para o tratamento de pacientes, incluindo oxigênio.

3 – Papua Nova Guiné

Foto: Sara Bechstein/MSF

Até março de 2021, Papua-Nova Guiné havia sido amplamente poupada de qualquer grande surto de COVID-19. Em poucas semanas, porém, os casos confirmados triplicaram e um número cada vez maior de profissionais de saúde está testando positivo para a doença, o que os coloca em quarentena domiciliar. O sistema de saúde em Papua-Nova Guiné está em risco de colapso, pois as unidades de saúde que gerenciam os casos de COVID-19 estão próximas de atingir seu limite e quase sem capacidade de fornecer cuidados de saúde primária regulares.

4 – Zimbábue

Foto: MSF/Caroline Gwature

O Zimbábue registrou mais casos confirmados de COVID-19 em janeiro do que em todo o ano de 2020. Em muitas unidades de saúde do país, os profissionais de saúde trabalham sem equipamentos de proteção individual adequados e faltam medicamentos, equipamentos e oxigênio. Na capital, Harare, equipes de MSF estão apoiando hospitais locais. A previsão é que os casos continuem a aumentar e as vacinas só devem chegar ao país em quantidade significativa no fim do ano.

5 – Malaui

Foto: MSF

No Malaui, os novos casos aumentaram exponencialmente no início do ano, com os números de infectados duplicando a cada quatro ou cinco dias. O Hospital Central Queen Elizabeth, principal centro de tratamento para a COVID-19 na cidade de Blantyre, está perto de atingir a capacidade de atendimento total para pacientes que precisam de oxigênio medicinal. Além disso, mais de mil profissionais de saúde na linha de frente testaram positivo para o vírus.

6 – Essuatíni

Foto: MSF/Rowan Pybus

Em Essuatíni, país com 1,1 milhão de habitantes, o número de mortes é cerca de quatro vezes superior ao verificado na primeira onda do vírus. Os profissionais de saúde também afirmam que os pacientes estão desenvolvendo formas mais graves da doença. Com a estrutura de saúde sobrecarregada, equipes de MSF montaram tendas hospitalares de campanha no centro de saúde da cidade de Nhlangano, e reforçaram o time com mais médicos e enfermeiros para tratar pacientes de COVID-19 em estado grave.

Foto destaque: Mariana Abdalla/MSF